Poucochinho


Após sucessivos erros e contradições da campanha socialista, o seu líder veio agora dizer: “É necessário que não ganhemos por poucochinho. Como já disse uma vez, quem ganha por poucochinho só pode fazer poucochinho.” Bem se compreende: depois de ter empurrado “borda fora” o anterior secretário-geral com este argumento, António Costa já percebeu que se…


Após sucessivos erros e contradições da campanha socialista, o seu líder veio agora dizer: “É necessário que não ganhemos por poucochinho. Como já disse uma vez, quem ganha por poucochinho só pode fazer poucochinho.”
Bem se compreende: depois de ter empurrado “borda fora” o anterior secretário-geral com este argumento, António Costa já percebeu que se arrisca a não ganhar nem por “poucochinho”, o que não deixa de ser irónico para quem criticava os vencedores, transformando-os em vencidos.

Acontece, no entanto, que António Costa se tem demonstrado incapaz de ter um discurso coerente, estruturado e fundamentado, não obstante o seu programa – ainda que se discorde de muitas das suas medidas, e eu discordo – ser melhor do que a mensagem que tem passado. 
E não será o extremar de posições, como afirmar que irá chumbar o próximo Orçamento do Estado mesmo sem o conhecer, ou o ataque desmesurado aos jornalistas – que podem e devem ser criticados, mas sem baixar o nível comunicacional –, que ajudará os indecisos a optar pelo PS; antes pelo contrário.

António Costa tem-nos dado uma imagem algo preocupante do que poderá ser como primeiro-ministro, caso vença as eleições, e, portanto, entre o incerto e o certo, é comum as pessoas preferirem o certo.
António Costa é, por isso, o maior problema de António Costa.
Veremos se ainda vai a tempo de se corrigir, nem que seja um “poucochinho”, nem que seja para termos uma campanha mais esclarecedora.

Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Jurisconsulto
Escreve à quarta-feira

Poucochinho


Após sucessivos erros e contradições da campanha socialista, o seu líder veio agora dizer: “É necessário que não ganhemos por poucochinho. Como já disse uma vez, quem ganha por poucochinho só pode fazer poucochinho.” Bem se compreende: depois de ter empurrado “borda fora” o anterior secretário-geral com este argumento, António Costa já percebeu que se…


Após sucessivos erros e contradições da campanha socialista, o seu líder veio agora dizer: “É necessário que não ganhemos por poucochinho. Como já disse uma vez, quem ganha por poucochinho só pode fazer poucochinho.”
Bem se compreende: depois de ter empurrado “borda fora” o anterior secretário-geral com este argumento, António Costa já percebeu que se arrisca a não ganhar nem por “poucochinho”, o que não deixa de ser irónico para quem criticava os vencedores, transformando-os em vencidos.

Acontece, no entanto, que António Costa se tem demonstrado incapaz de ter um discurso coerente, estruturado e fundamentado, não obstante o seu programa – ainda que se discorde de muitas das suas medidas, e eu discordo – ser melhor do que a mensagem que tem passado. 
E não será o extremar de posições, como afirmar que irá chumbar o próximo Orçamento do Estado mesmo sem o conhecer, ou o ataque desmesurado aos jornalistas – que podem e devem ser criticados, mas sem baixar o nível comunicacional –, que ajudará os indecisos a optar pelo PS; antes pelo contrário.

António Costa tem-nos dado uma imagem algo preocupante do que poderá ser como primeiro-ministro, caso vença as eleições, e, portanto, entre o incerto e o certo, é comum as pessoas preferirem o certo.
António Costa é, por isso, o maior problema de António Costa.
Veremos se ainda vai a tempo de se corrigir, nem que seja um “poucochinho”, nem que seja para termos uma campanha mais esclarecedora.

Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Jurisconsulto
Escreve à quarta-feira