Passos foi ao centro histórico do Montijo. Mas não houve banho de multidão

Passos foi ao centro histórico do Montijo. Mas não houve banho de multidão


Coligação parou a caravana no centro histórico do Montijo para uma acção de rua que só foi anunciada de manhã.


Passos Coelho chegou e à sua espera estavam cerca de trinta jovens militantes da JSD e da JPP. No centro histórico do Montijo estavam poucos populares. Faltou o ambiente de festa e o banho de multidão. Ainda assim, o momento serviu para a coligação mostrar que não tem medo de levar os seus líderes para a rua, para o contacto directo com o povo. 

Durante o passeio, Passos Coelho teve a companhia de Maria Luís Albuquerque, cabeça-de-lista em Setúbal, e de Nuno Magalhães, o líder parlamentar do CDS que é o primeiro dos centristas na lista da coligação naquele círculo eleitoral. Paulo Portas não andou a pé pelo centro do Montijo. Mas quase a meio da caminhada, fez questão de ligar para o telemóvel de Passos, no que foi lido como uma forma de mostrar que apesar de separados naquele momento, os dois líderes que compõem a coligação estão juntos.  

"Ninguém vai acreditar que tendo eu estado a falar contigo há 10 minutos, esteja a falar contigo ao telefone", brincou o líder do PSD, olhando para as câmaras das televisões que seguiam a arruada. 

Passos não foi obrigado a explicar a austeridade. Numa autarquia do PS, o ainda primeiro-ministro ouviu mais palavras de apoio do que insultos. "A maioria está no papo", garantiu uma idosa que estava sentada num café onde Passos entrou para oferecer os repetidos beijos e para as breves trocas de palavras. Passos, sempre que lhe foi possível, aproveitou para fazer pedagogia: "Faltam duas semanas. Mas precisamos de estabilidade para manter o nosso caminho", repetiu.

O momento foi simpático para a coligação. Pode não ter chegado para mostrar a força expressa nas sondagens, onde a Portugal à Frente aparece com uma tendência crescente, mas por momentos Passos Coelho (e o CDS de Paulo Portas) calaram os que nos últimos dias estranhavam a ausência da coligação das ruas. 

E houve até um momento para recordar um dos fundadores do PSD. Um militante social-democrata de meia-idade, já no fim da caminhada, levou Passos Coelho a olhar para o coreto da cidade, "onde esteve Sá Carneiro em 1979". O líder do PSD aproveitou a deixa e repetiu o guião: "No período entre 1975 e 69 lutava-se pela estabilidade política. Hoje temos esta mesma necessidade de estabilidade. Podemos oferecer isso. Mas o povo é que tem de escolher", desafiou.