Jerónimo acusa PR de tentar “condicionar” o voto dos portugueses

Jerónimo acusa PR de tentar “condicionar” o voto dos portugueses


A arruada no Porto partia ao início da tarde na Praça da Batalha com largas centenas de apoiantes que ali se concentraram.


Jerónimo de Sousa surgia na cabeça da manifestação muito solicitado para o habitual beijinho ou aperto de mão. A manifestação ia engrossando à medida que percorria a rua de Santa Catarina. Jerónimo era a atenção de algumas pessoas que puxavam do telemóvel para registar o momento. Ao fundo de Santa Catarina a manifestação já com alguns milhares, virava para Fernandes Tomás e a meio Jerónimo parava para lançar a primeiras considerações sobre o momento político.

E criticou Presidente da República, Coligação e PS. Ninguém ficou de fora no discurso de Jerónimo de Sousa nesta arruada da CDU no Porto. A propósito do cenário pós-eleitoral ditado pelas sondagem do Expresso, que dão vitória ao PS,  mas um maior número de mandatos à coligação PSD/CDS, o líder do PCP comentaria: "Quem faz contas apressadas geralmente fá-las erradas". Para Jerónimo de Sousa as sondagens e os comentários, designadamente o de Cavaco Silva, são "formas de condicionar o voto dos portugueses" e faz um apelo: "deixem o povo votar em liberdade".

Sobre as considerações de Cavaco Silva, no contexto do cenário das sondagens publicadas este fim-de-semana,  nas quais o PR esclarece que chamará para governar o partido com mais mandatos, Jerónimo enquadra-as no mesmo propósito, o de "chantagear"  os eleitores : "Com as sondagens e as leituras dos resultados dessas sondagens  procuram chantagear, condicionar a liberdade. Procuram a bipolarização e contam com o apoio do PR que mais uma vez se coloca acima do chinelo". E sobre a estabilidade governativa, pós eleitoral? perguntam-lhe: "Estabilidade? Ao PR tanto faz, PS ou PSD. Os portugueses estão é preocupados com  a estabilidade das suas vidas", remata.

A arruada terminaria em frente à Estação de S. Bento com um comício. Aí, Jerónimo precisou os temas desta campanha da CDU: "combater o voto útil", e "os cenários de bipolarização que", refere Jerónimo "contam com a mãozinha do PR que vem tentar pressionar  os portugueses no seu voto".

As críticas ao Governo e ao PS

Num discurso de cerca de meia hora, Jerónimo de Sousa traça o cenário de 4 anos de governo, acusando a coligação de tentar  prosseguir o mesmo caminho da austeridade: "Até nos dizem , não venham estragar o que está feito" e, para Jerónimo o que está feito são "mais de 800 mil portugueses que incorrem no risco de pobreza (…) meio milhão de emigrantes, 70% dos quais jovens (…) e, refere Jerónimo, em contraponto com os cortes nas pensões e salários, "20 mil milhões de euros empregues no sistema Financeiro".  

A Segurança Social e as diversas propostas é outro dos temas centrais do discurso do líder comunista, acusando o Governo de querer, através do plafonamento, "retirar verbas da Segurança Social transferindo-as para o sector especulativo" e ao PS de pretender o mesmo através do congelamento das pensões. E, a propósito do argumento de António Costa de que não se trata de corte porque a inflação é nula, Jerónimo acusa: "Sabe lá António Costa do que é a vida".

A gaffe

A meio do discurso Jerónimo de Sousa seria corrigido pelo público quando se refira à data das eleições como sendo a 4 de Novembro. Perante o bruá causado e depois do público o corrigir em uníssono: "4 de Outubro", Jerónimo respondeu: "Era só para saber se vocês estavam atentos". Risada geral.