Opinião. Momentum Costa


Passos Coelho esteve mais agressivo, mas António Costa mostrou que tem uma alternativa – que não é revolucionária e está a anos-luz daquilo a que o primeiro-ministro o tentou colar: o Syriza antes da capitulação.


© Tiago Petinga/Lusa

Assim como existiu uma convergência de comentadores a assinalar a vitória esmagadora de António Costa no primeiro debate, a tendência parece agora esmagadoramente invertida: parece existir um consenso de que Passos ganhou. Mas ganhou o quê? Evitar o curto-circuito da segunda parte do debate televisivo não é ganhar especialmente nada.

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A alternativa de António Costa pode não ser euforizante, mas não é mais do mesmo a que se assistiu durante quatro anos. O que Passos prometeu foi mais do mesmo – tirando na matéria das pensões em que continuamos sem perceber nada.

António Costa conseguiu, depois do debate televisivo, o seu “momentum” e o debate das rádios não inverteu essa marcha. Apesar da embrulhada dos números da “condição de recursos” que foi uma falha evidente.

O que foi estranho na liderança de Costa, até agora, foi ter perdido instantaneamente o “momentum” das eleições primárias que o teriam facilmente catapultado para o cargo de primeiro-ministro se as eleições tivessem sido logo a seguir.

Esse “momentum” Costa perdeu, o “momentum” actual não perdeu neste debate – se o conseguir manter até dia 4 de Outubro é o vencedor natural das legislativas.