FC Porto. Vincent pintou a vitória mas Casillas borrou-a

FC Porto. Vincent pintou a vitória mas Casillas borrou-a


Aboubakar bisou mas erro do guarda-redes esteve na origem do empate aos 89’.


Vincent Aboubakar partilha o primeiro nome com Van Gogh. Ocamaronês não deve ter muito em comum com o holandês, embora também seja artista. Nos relvados. Em Kiev, o 9 portista fez tudo para pintar um cenário de vitória para o FCPorto. Um grande golo de cabeça e um tento oportuno nos últimos minutos podiam ter valido três pontos aos dragões. Infelizmente para a equipa orientada por Rui Barros (por castigo de Lopetegui), Casillas meteu o dedo na tela e borrou a pintura do sucessor de Jackson. Uma hesitação fatal, ao minuto 89, permitiu o 2-2 ao Dínamo. A equipa portuguesa falhava a quinta vitória consecutiva na primeira jornada da Liga dos Campeões, mas no fim da fase de grupos é provável que o resultado na Ucrânia seja um ponto ganho e não dois perdidos.

Banco de luxo De nada valeu a Corona ter feito dois golos em Arouca na estreia pelos dragões. Lopetegui queria um meio campo reforçado, e o mexicano foi suplente. Danilo, R. Neves, Herrera e André André foram a solução, com Brahimi a jogar perto de Aboubakar na frente. Um 4x4x2 que não é propriamente novidade no FCPorto. A grande surpresa foi a presença de Imbula no banco: ofrancês, jogador mais caro na história do clube, tinha sido titular em todos os encontros desta temporada.

Até ao golo do Dínamo Kiev, aos 20 minutos, o jogo tinha-se mantido equilibrado e sem ocasiões flagrantes. Gusev aproveitou as distracções de Indi e Maxi para finalizar na cara de Casillas. No ambiente adverso do Olímpico de Kiev, o FCPorto podia ter acusado o toque. Pelo contrário. Só demorou três minutos a chegar ao empate. Layún, num excelente trabalho no flanco esquerdo, colocou a bola milimetricamente na cabeça de Aboubakar. Ocamaronês, oportuno, fez aquilo que melhor sabe. Voltava tudo à estaca zero.

A equipa portuguesa surgiu a partir de então mais confiante a gerir o jogo, com maior posse de bola, embora sem conseguir incomodar Rybka. ODínamo jogava mais longe da baliza de Casillas, mas a melhor oportunidade seria sua. Aos 45 minutos, o guarda-redes espanhol evitou o 2-1 com uma defesa espantosa. A segunda parte mantinha-se equilibrada e com poucos motivos de interesse. Omaior povoamento do meio campo portista retirava imprevisibilidade e velocidade à equipa. Só que um empate na Ucrânia não se poderia considerar um mau resultado e não se podia exigir máximo risco aos dragões. Mesmo assim, Rui Barros fez entrar Tello e Corona para tentar algo mais em Kiev. 

O mexicano só demorou dois minutos a estar perto do golo. No lance seguinte, Aboubakar aproveitou uma bola que bateu em Danilo e rematou para o 2-1. Tudo estava encaminhado para os três pontos serem entregues aos dragões. A equipa ucraniana, que jogou sem Yarmolenko, não baixou os braços. Num lance de bola parada, o guarda-redes portista ficou estático a ver Buyalskiy cabecear para o empate – o guardião queixa-se de não ter visto a bola(dois jogadores estavam em posição irregular, embora não tenham interferido na jogada). Um lance que marcou pela negativa a noite em que o espanhol igualou Xavi, o recordista de jogos na Liga dos Campeões (151).

O resultado em Kiev não deixa de ser positivo. No regresso ao Porto não haverá lugar a descanso, pois no domingo os dragões recebem o Benfica na 6.a jornada da Liga.