Só os últimos 15 minutos (de um total de 50) do frente-a-frente na SIC Notícias, moderado pela jornalista Ana Lourenço, registaram um desacordo vivo entre António Costa e Jerónimo de Sousa, depois de o secretário-geral do PS ter rejeitado a impossibilidade de uma reposição imediata dos salários do setor público e da sobretaxa do IRS em nome da presença de Portugal na zona euro.
A terminar, quando ambos foram interrogados sobre entendimentos de Governo PS/PCP, Jerónimo de Sousa caracterizou os socialistas como uma força política de "continuidade", defendendo que o país precisa "de uma ruptura", enquanto António Costa pediu "clareza" aos comunistas sobre a sua posição face à União Económica Monetária (UEM) e deixou um apelo aos eleitores da esquerda política: "Para a coligação de direita [PSD/CDS] perder, é essencial que o PS ganhe" as eleições, afirmou.
E se Jerónimo tergiversou acerca de um entendimento pós-eleitoral com o PS, António Costa mostrou uma abertura e um piscar de olho à esquerda – e ao PCP – que até aqui ainda não se tinha visto.
Lusa