O regresso do socialismo


Num processo que parecia irreversível, os partidos socialistas tinham abandonado o seu posicionamento contra a economia de mercado, assumindo-se apenas como defensores de uma governação com preocupações sociais. Foi assim em Portugal com o “socialismo na gaveta” de Mário Soares, a que se seguiu o New Labour, de Tony Blair, no Reino Unido, e o…


Num processo que parecia irreversível, os partidos socialistas tinham abandonado o seu posicionamento contra a economia de mercado, assumindo-se apenas como defensores de uma governação com preocupações sociais. Foi assim em Portugal com o “socialismo na gaveta” de Mário Soares, a que se seguiu o New Labour, de Tony Blair, no Reino Unido, e o Novo Centro do SPD, na Alemanha, com Gerhard Schröder. Nesse âmbito foram bons gestores do sistema económico, devendo-se a Schröder a boa preparação da Alemanha para a crise que estamos a atravessar.
A vitória de Jeremy Corbyn no Partido Trabalhista inglês e o programa do PS de António Costa mostra que esses tempos acabaram. Hoje, os socialistas não aceitam executar programas de austeridade e querem voltar aos tempos áureos em que o dinheiro era distribuído a rodos, especialmente porque se podia mandar imprimir quando faltava. É assim que António Costa se propõe baixar a TSU dos trabalhadores e gastar 1000 milhões da Segurança Social em reabilitação urbana, trocando dinheiros públicos certos por um crescimento incerto que ninguém pode garantir.
Assistimos a um regresso dos partidos socialistas ao despesismo, rumo aos gloriosos amanhãs que cantam, recusando qualquer programa austeritário, mesmo que ele seja imposto pelas regras do euro. Só que, como disse Margaret Thatcher, o problema do socialismo é que ele acaba quando acaba o dinheiro dos outros. Se algum destes partidos chegar ao governo, o que se vai passar a seguir vai ser muito sério.

Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Escreve à terça-feira 

O regresso do socialismo


Num processo que parecia irreversível, os partidos socialistas tinham abandonado o seu posicionamento contra a economia de mercado, assumindo-se apenas como defensores de uma governação com preocupações sociais. Foi assim em Portugal com o “socialismo na gaveta” de Mário Soares, a que se seguiu o New Labour, de Tony Blair, no Reino Unido, e o…


Num processo que parecia irreversível, os partidos socialistas tinham abandonado o seu posicionamento contra a economia de mercado, assumindo-se apenas como defensores de uma governação com preocupações sociais. Foi assim em Portugal com o “socialismo na gaveta” de Mário Soares, a que se seguiu o New Labour, de Tony Blair, no Reino Unido, e o Novo Centro do SPD, na Alemanha, com Gerhard Schröder. Nesse âmbito foram bons gestores do sistema económico, devendo-se a Schröder a boa preparação da Alemanha para a crise que estamos a atravessar.
A vitória de Jeremy Corbyn no Partido Trabalhista inglês e o programa do PS de António Costa mostra que esses tempos acabaram. Hoje, os socialistas não aceitam executar programas de austeridade e querem voltar aos tempos áureos em que o dinheiro era distribuído a rodos, especialmente porque se podia mandar imprimir quando faltava. É assim que António Costa se propõe baixar a TSU dos trabalhadores e gastar 1000 milhões da Segurança Social em reabilitação urbana, trocando dinheiros públicos certos por um crescimento incerto que ninguém pode garantir.
Assistimos a um regresso dos partidos socialistas ao despesismo, rumo aos gloriosos amanhãs que cantam, recusando qualquer programa austeritário, mesmo que ele seja imposto pelas regras do euro. Só que, como disse Margaret Thatcher, o problema do socialismo é que ele acaba quando acaba o dinheiro dos outros. Se algum destes partidos chegar ao governo, o que se vai passar a seguir vai ser muito sério.

Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Escreve à terça-feira