MOZEFO: um passo em frente para Moçambique


Mais do que um fórum, o MOZEFO é um sintoma digno de todos os que partilham os valores da liberdade individual e da livre iniciativa, quer estejam em Portugal, nos Estados Unidos ou em Moçambique


A FUNDAÇÃO Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) segue com muito interesse e apoia centros de reflexão e debate com a relevância e a credibilidade do Fórum Económico e Social de Moçambique (MOZEFO). Para quem ainda não o conheça, o MOZEFO é um fórum moçambicano de referência que procura deter impacto regional e alcançar influência internacional, tendo como missão primacial ajudar a impulsionar “um crescimento económico acelerado, inclusivo e sustentável em Moçambique”. 

É um excelente exemplo num continente africano que, de acordo com todos os estudos académicos, promete alcançar um crescimento ímpar a nível mundial nas próximas décadas. Apesar das dificuldades internacionais, Angola e Moçambique estão entre as dez economias que crescem mais rapidamente no continente africano, de acordo com os dados do Banco Mundial. Os dois países, aliás, são ambos ricos em recursos naturais e os investimentos neste sector têm vindo a crescer continuamente nos últimos anos. De sublinhar ainda que Moçambique e Angola são dois dos principais destinos de emigração portuguesa. 

Desde o seu lançamento, no dia 21 de Agosto de 2014, que o MOZEFO tem vindo a merecer a atenção dos mais diversos quadrantes da sociedade moçambicana, com a realização de diversos estudos e conferências para o desenvolvimento do país. 

Já se realizaram, até ao momento, quatro grandes conferências de debate – e irá ser realizada mais uma ainda no final deste mês de Setembro –, num ciclo que aborda temas estratégicos para o crescimento e desenvolvimento do país, como sejam os recursos energéticos, a agricultura e as pescas, as telecomunicações e os transportes, os serviços financeiros e o turismo. 

Como já se provou no passado em outras latitudes, é um erro rotundo tentar desvalorizar a necessidade do debate numa sociedade democrática, porque o crescimento sem organização e reflexão não ajuda, por si só, a reduzir as principais assimetrias de riqueza e do conhecimento. 
As democracias mais fortes são aquelas que têm uma sociedade civil mais autónoma e dinâmica, ou seja, independente das estruturas do Estado. 

O que demonstra a constituição do Fórum MOZEFO é precisamente este ponto cardeal para uma democracia mais desenvolvida, com o envolvimento fundamental da sociedade civil, desde logo por ser fruto da iniciativa de um grande grupo privado moçambicano, a SOICO, envolvendo um conjunto de relevantes parceiros, também eles oriundos do sector privado, como o Millennium bim, a Galp Energia, a Accenture ou a Hidroeléctrica de Cahora Bassa. A par das empresas assinaladas, participam e colaboram ainda universidades e associações cívicas.
Entre os principais objectivos do MOZEFO, afirmados nos seus documentos fundadores, destaca-se a criação de uma plataforma que fomente a reunião de vontades entre os órgãos decisores públicos e as lideranças de empresas e outras instituições privadas, na identificação dos principais desafios que o país irá enfrentar nos próximos tempos. 

Torna-se significativo concluir que, em Moçambique como noutros países do continente africano, o desafio crucial reside na gestão do crescimento económico. Muitos países do globo registam índices assinaláveis de crescimento, mas esse mesmo crescimento nem sempre se traduz num desenvolvimento humano sustentado. Bem pelo contrário. Convidar a sociedade civil para reflectir com objectividade sobre este desígnio nacional é por si só um excelente ponto de partida.
Mais do que um fórum, o MOZEFO é um sintoma. Um sintoma da conquista da paz (1992), um sintoma da implementação da democracia multipartidária (1994), um sintoma digno de todos os que partilham os valores da liberdade individual e da livre iniciativa, quer estejam em Portugal, nos Estados Unidos ou em Moçambique.

Director da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento 

MOZEFO: um passo em frente para Moçambique


Mais do que um fórum, o MOZEFO é um sintoma digno de todos os que partilham os valores da liberdade individual e da livre iniciativa, quer estejam em Portugal, nos Estados Unidos ou em Moçambique


A FUNDAÇÃO Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) segue com muito interesse e apoia centros de reflexão e debate com a relevância e a credibilidade do Fórum Económico e Social de Moçambique (MOZEFO). Para quem ainda não o conheça, o MOZEFO é um fórum moçambicano de referência que procura deter impacto regional e alcançar influência internacional, tendo como missão primacial ajudar a impulsionar “um crescimento económico acelerado, inclusivo e sustentável em Moçambique”. 

É um excelente exemplo num continente africano que, de acordo com todos os estudos académicos, promete alcançar um crescimento ímpar a nível mundial nas próximas décadas. Apesar das dificuldades internacionais, Angola e Moçambique estão entre as dez economias que crescem mais rapidamente no continente africano, de acordo com os dados do Banco Mundial. Os dois países, aliás, são ambos ricos em recursos naturais e os investimentos neste sector têm vindo a crescer continuamente nos últimos anos. De sublinhar ainda que Moçambique e Angola são dois dos principais destinos de emigração portuguesa. 

Desde o seu lançamento, no dia 21 de Agosto de 2014, que o MOZEFO tem vindo a merecer a atenção dos mais diversos quadrantes da sociedade moçambicana, com a realização de diversos estudos e conferências para o desenvolvimento do país. 

Já se realizaram, até ao momento, quatro grandes conferências de debate – e irá ser realizada mais uma ainda no final deste mês de Setembro –, num ciclo que aborda temas estratégicos para o crescimento e desenvolvimento do país, como sejam os recursos energéticos, a agricultura e as pescas, as telecomunicações e os transportes, os serviços financeiros e o turismo. 

Como já se provou no passado em outras latitudes, é um erro rotundo tentar desvalorizar a necessidade do debate numa sociedade democrática, porque o crescimento sem organização e reflexão não ajuda, por si só, a reduzir as principais assimetrias de riqueza e do conhecimento. 
As democracias mais fortes são aquelas que têm uma sociedade civil mais autónoma e dinâmica, ou seja, independente das estruturas do Estado. 

O que demonstra a constituição do Fórum MOZEFO é precisamente este ponto cardeal para uma democracia mais desenvolvida, com o envolvimento fundamental da sociedade civil, desde logo por ser fruto da iniciativa de um grande grupo privado moçambicano, a SOICO, envolvendo um conjunto de relevantes parceiros, também eles oriundos do sector privado, como o Millennium bim, a Galp Energia, a Accenture ou a Hidroeléctrica de Cahora Bassa. A par das empresas assinaladas, participam e colaboram ainda universidades e associações cívicas.
Entre os principais objectivos do MOZEFO, afirmados nos seus documentos fundadores, destaca-se a criação de uma plataforma que fomente a reunião de vontades entre os órgãos decisores públicos e as lideranças de empresas e outras instituições privadas, na identificação dos principais desafios que o país irá enfrentar nos próximos tempos. 

Torna-se significativo concluir que, em Moçambique como noutros países do continente africano, o desafio crucial reside na gestão do crescimento económico. Muitos países do globo registam índices assinaláveis de crescimento, mas esse mesmo crescimento nem sempre se traduz num desenvolvimento humano sustentado. Bem pelo contrário. Convidar a sociedade civil para reflectir com objectividade sobre este desígnio nacional é por si só um excelente ponto de partida.
Mais do que um fórum, o MOZEFO é um sintoma. Um sintoma da conquista da paz (1992), um sintoma da implementação da democracia multipartidária (1994), um sintoma digno de todos os que partilham os valores da liberdade individual e da livre iniciativa, quer estejam em Portugal, nos Estados Unidos ou em Moçambique.

Director da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento