Cerca de 4300 profissionais de saúde dos cuidados primários vão receber nos próximos meses formação sobre como intervir na prevenção do suicídio. A formação é promovida pela Aliança Europeia Contra a Depressão em Portugal EUTIMIA e arranca esta semana em Beja, o local escolhido pela organização para uma conferência que assinala hoje o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Ricardo Gusmão, psiquiatra e presidente da EUTIMIA, diz que está em causa a criação de uma “política de saúde mental nos cuidados primários”.
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Embora já estivesse previsto desde a instituição do Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016, há quase dez anos, será a primeira vez que existe a nível nacional uma formação de grande escala para a prevenção do suicídio nos cuidados primários.
Serão abrangidos médicos de família, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e médicos de saúde pública de 12 a 16 agrupamentos de centros de saúde, que servem 1,8 a 2,5 milhões de habitantes.
Foram fechados protocolos com as administrações regionais de saúde do Norte, Algarve, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo, sendo que apenas a região Centro ficou de fora.
Esta semana em Beja recebem formação 30 formadores. Um grupo de psiquiatras vai depois formar médicos de família, um grupo de enfermeiros irá passar informação aos colegas e os psicólogos darão formação a psicólogos.
Gusmão diz que se trata de optimizar o papel de todos estes agentes no terreno e, por outro lado, dotar o sistema de informação sobre as melhores formas de intervenção como a importância de atacar o elevado consumo de ansiolíticos.
Em Portugal 30% das mulheres e 15% dos homens procuram o médico de família para resolver alguma perturbação psiquiatria, sendo a depressão a mais frequente.
O projecto PrimeDep tem um financiamento de meio milhão de euros no âmbito do Programa Iniciativas em Saúde Pública/EEA Grants e decorre até Abril de 2016. Além da formação presencial, os profissionais terão acesso a uma plataforma de eLearning e a uma app.