HUB. Uma plataforma de trabalho à medida dos seus desejos

HUB. Uma plataforma de trabalho à medida dos seus desejos


A peça de mobiliário que promete revolucionar a forma de trabalhar é inspirada na cama de Baldacchino.


Já se imaginou a transportar o seu local de trabalho de um lado para o outro? E mudá-lo a seu belo prazer? Há uns tempos, parecia impensável. Agora, tudo é possível. Basta manter a mente aberta e querer experimentar coisas novas. 

{relacionados}

A linha de mobiliário Hub, concebida pelo designer italiano Matteo Ragni, é 100% personalizável e adapta-se às diferentes necessidades e hábitos de trabalho. Os mais conservadores podem vir a ter dificuldades em compreendê-la, mas os mais audazes vão rapidamente perceber que é imprescindível. 

Passando a explicar: a Hub, ou plataforma giratória – que é o que a expressão significa –, é uma espécie de workstation flexível, que pode alargar para vários módulos. A sua forma quadrada (160 x 160 cm) adapta-se a qualquer espaço, em vez dos layouts rígidos dos escritórios convencionais.

Pode ser utilizada no máximo por quatro trabalhadores. Esta particularidade torna-a, de acordo com o seu criador, bastante acessível do ponto de vista monetário. De tal forma, que, na sua opinião, fica por metade do preço de outros produtos concorrentes. “Também se deve ter em conta que a Hub tem um sistema de luz integrado, portanto é possível poupar luz e dinheiro”, reforçou. Em jeito de brincadeira, Matteo Ragni afirmou ao i que sempre teve um fraquinho pela cama Baldacchino, e que encontrou na marca Fantoni a parceira perfeita para concretizá-la, mas adaptando-a numa secretária. E assim foi. O resultado foi uma mesa ideal para o trabalhador dos tempos modernos. Os coworkers ou adeptos do teletrabalho são um bom exemplo dos que se identificam com esta linha de mobiliário. E as indústrias criativas (comunicação e publicidade) estão na linha da frente para a sua aquisição.

Em Portugal, está a ser comercializada, desde Maio, e em exclusivo, pela QuartoSala. Pedro d’Orey, fundador desta loja de interiores, explicou ao i que a Hub é um produto inovador que obriga a algum trabalho prévio de consciencialização para que o tecido empresarial entenda os benefícios que ela promove ao nível da produtividade. Contudo, está optimista. “Constatamos que esta mesa está a gerar interesse e entendemos também que tem potencial para se tornar numa peça de mobiliário ícone no universo do trabalho criativo e colaborativo”, frisou. Do seu ponto de vista, “a Hub faz vir ao de cima valores colaborativos e de partilha de informação entre os seus utilizadores, sem que em momento algum percam a noção de individualismo”. A ideia é permitir que várias pessoas consigam interagir de forma prática e fácil.

Não é por isso de estranhar que grandes marcas já estejam a aderir a esta linha. É o caso da Siemens em Milão, que pretende testar esta nova forma de trabalho antes de iniciar um novo projecto. Segundo Matteo Ragni, “eles compreenderam o potencial social do produto e deixaram os seus colaboradores experimenta-lo. “Esta é a confirmação que estamos no bom caminho”, concluiu. 

A opinião dos profissionais portugueses da área do cowork que falaram com o i também não podia ser mais positiva.
Carlos Gonçalves, CEO do Avila Business Centers, já admitiu que a empresa  equaciona utilizar este equipamento num futuro próximo. Até porque, como o próprio confessa, o centro aposta na racionalização dos espaços de trabalho e em produtos com design. Mas não só: o espaço de coworking do Avila está orientado para profissionais nómadas e por vezes precisa de instalar espaços de trabalho temporários, para pessoas que os utilizam durante uma semana ou um mês. “Este tipo de produto permite-nos responder a essa necessidade, tendo ainda a vantagem de ser personalizável, promovendo uma maior partilha de ideias e troca de experiências, características fundamentais deste tipo de espaços”, salienta Carlos Gonçalves. 

Já Fernando Mendes, fundador do Cowork Lisboa, reconhece que a Fantoni, ao aderir a esta linha de mobiliário, mostrou-se especialmente atenta aos novos paradigmas de trabalho. A Hub torna-se assim “uma peça/sistema de design muito interessante e actual. Para determinadas circunstâncias e espaços é uma excelente solução.”, frisou. 

Tal como Pedro D’Orey, chamou a atenção para o carácter colaborativo que o equipamento promove, porque é completamente modular, permitindo grande interacção entre trabalhadores, sem barreiras ou divisões. A obra de Ragni é, por isso, na sua opinião, perfeita para o trabalhador moderno que se adapta a novos conceitos de trabalho, como é também o caso do cowork. Este conceito define-se pela partilha do mesmo espaço de trabalho por várias pessoas que não têm de ter a mesma profissão nem trabalhar para a mesma empresa. Como Fernando explica, o coworking implica diversidade de profissionais, de idades, de línguas e de culturas. E uma solução de posto de trabalho deve ter estes aspectos em conta. “Penso que a Hub está alinhado com o conceito”. Carlos Gonçalves concorda. “Afinal, esta peça tem tudo a ver com pessoas independentes, que se preocupam com a qualidade do posto de trabalho”. Mas atenção, que Matteo Ragni faz questão de salientar que a peça de design não se adapta só a este modelo de trabalho.

É perfeita para trabalhadores que estejam a trabalhar num mesmo projecto ou que, por outro lado, estejam a fazer coisas completamente díspares. O importante é que o utilizador encontre o spot certo para a montar. 

O lançamento oficial da Hub foi em Outubro do ano passado, durante a Orgatec, em Colónia, na Alemanha. Seguiu-se Milão. E por fim, a QuartSala, em Lisboa, onde foi feito um brainstorming, para que o designer aprimorasse o produto. Cada unidade custa a partir de 2517 euros. O valor final vai depender da quantidade de módulos adquiridos para agregar à configuração base.