Síria. Ban Ki-moon admite falhanço da ONU

Síria. Ban Ki-moon admite falhanço da ONU


Secretário-geral das Nações Unidas pede à Rússia e à China para colaborarem nas propostas para pôr fim à guerra.


Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, admitiu que o concelho de segurança das Nações Unidas está a falhar no conflito sírio devido às divisões entre as grandes potências. Para o responsável, são elas que têm impedido a ação para acabar com um conflito que já causou milhares de mortos e está a aumentar o êxodo de refugiados.

Numa entrevista ao The Guardian, Ban Ki-moon disse que a Rússia e a China devem "olhar além dos seus interesses nacionais" e parar de bloquear o esforço internacional para pôr fim à guerra na Síria, que já leva quatro anos, e que está a causar uma crise de refugiados na Europa sem precedentes.

"Precisamos de alguma solidariedade e unidade, sobretudo entre os vários membros permanentes do conselho de segurança", disse, sublinhando que quando há divisões, é extremamente difícil tomar decisões.

Sem nunca referir diretamente a China e a Rússia (países que em várias ocasiões bloquearam resoluções do conselho de segurança em relação à Síria, nomeadamente o facto de terem rejeitado levar o conflito sírio ao Tribunal Penal Internacional), Ban Ki-moon convida todos os países a "olharem além do interesse nacional" em prole do "interesse global". O secretário-geral lembrou que noutras ocasiões, como no caso da investigação que envolvia armas químicas na Síria: "Quando há unidade, a resposta das Nações Unidas é rápida e tem um impacto tremendo", notou.

Ban Ki-moon falou ainda de "vergonha" e de "raiva" pela impotência que a comunidade internacional tem revelado no objetivo de terminar a guerra na Síria. A incapacidade de atuar neste conflito, na opinião de Ban, tem tido um impacto negativo na credibilidade da ONU.