Passos Coelho recebeu na manhã desta sexta-feira o primeiro-ministro britânico em São bento. A reunião durou cerca de uma hora e os dois ministros discutiram reformas a implementar na União Europeia e a crise dos refugiados – considerando esta última o maior desafio dos dias de hoje.
“Precisamos de encontrar soluções consensuais que protejam o mercado europeu” foram as palavras de Passos Coelho no discurso depois da reunião desta manhã.
Acrescentando que "a União Europeia e os seus membros precisam de fazer mais, e urgentemente, para enfrentar as crises externas com que nos deparamos. Os conflitos na Líbia, na Síria, no Iraque, no Iémen ou na Eritreia precisam de um renovado envolvimento político por parte da União e da comunidade internacional, ao mesmo tempo que nos empenhamos de forma vigorosa na ajuda às centenas de milhares de pessoas que chegam à Europa refugiadas destes conflitos".
Já sobre a crise de refugiados, o primeiro-ministro português deu a entender que está disponível para ajudar e explica que vamos fazer o que fizemos “em vários momentos da história, na Segunda Guerra Mundial no e no final da década de noventa, quando recebemos milhares de refugiados kosovares. Fizemos no passado e fá-lo-emos hoje.”
Na conferência conjunta o ministro britânico referiu que o Reino Unido tem enviado apoio e vai reagir com determinação e coração. Cameron disse ainda que na próxima semana dará números mais concretos em relação ao número de refugiados que o país consegue acolher e realça o que já foi feito. "Aceitámos 5 mil sírios e criámos um programa específico de reinstalação (…) Vamos aceitar mais milhares, com este sistema que já existe, e vamos manter o número em revisão”.
Cameron frisou que a estratégia do seu governo vai continuar a ser a de “retirá-los dos campos de refugiados”, para “lhes permitir uma rota mais direta e segura para o Reino Unido, em vez de arriscarem na perigosa viagem que tragicamente custou tantas vidas”.
No discurso David Cameron falou também sobre as propostas para a União Europeia. O primeiro-ministro britânico pretende fazer alterações aos tratados da União Europeia, incluindo o reforço dos poderes dos parlamentos nacionais e a redução da liberdade de circulação de pessoas.
Sobre este último ponto Passos Coelho defendeu que é uma liberdade que deve ser salvaguardada."Encontrar soluções consensuais que protejam os valores da União enquanto projeto humanista e de paz, e que salvaguardem as liberdades fundamentais, incluindo a circulação de pessoas".