A ONU deverá aprovar na quinta-feira uma resolução para permitir que a bandeira da Palestina seja hasteada na sede da organização, e antes da visita a Nova Iorque do presidente Mahmud Abbas, indicou hoje um responsável palestiniano.
“Temos os votos necessários e vamos esforçar-nos por reunir o maior número de votos possível”, afirmou aos jornalistas do representante palestiniano na ONU, Riyad Mansur.
A resolução deve ser adoptada por maioria simples pelos 193 países membros da Assembleia geral das Nações Unidas, com sede em Nova Iorque.
Proposta na semana passada pelos palestinianos e apoiada por cerca de 20 países árabes, a resolução solicita que as bandeiras dos Estados não-membros da ONU com estatuto de observador sejam “içadas na sede e nos gabinetes das Nações Unidas, junto com as dos países membros”. Apenas os palestinianos e o Vaticano possuem esse estatuto.
A Santa Sé demarcou-se da iniciativa, mas sem manifestar oposição, e também deverá colocar a sua bandeira caso a resolução seja aprovada. O Vaticano já reconheceu de facto o Estado palestiniano.
Após a adopção da resolução, a ONU terá 20 dias para tomar as disposições necessárias “o que coincidirá com a presença em Nova Iorque” no final de Setembro de Mahmud Abbas, esclareceu Riyad Mansur. O presidente da Autoridade palestiniana deverá discursar perante a Assembleia geral em 30 de Setembro.
Esta iniciativa insere-se numa ampla campanha diplomática dos palestinianos desde que obtiveram o estatuto de Estado observador não-membro da ONU em Novembro de 2012.
Na terça-feira, o embaixador israelita Ron Prosor denunciou uma “manipulação” e pediu a intervenção das instâncias da ONU. O diplomata acusou a Autoridade palestiniana de “utilizar cinicamente as Nações Unidas (…) para marcar pontos no plano político”.
O secretariado da ONU já indicou que vai respeitar a decisão da Assembleia.
Os países europeus procuram ainda definir uma posição comum durante a votação, e segundo um diplomata citado pela agência noticiosa francesa AFP poderão abster-se em bloco.
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu é também esperado em Nova Iorque no final de Setembro para a Assembleia geral, e após o papa Francisco, que se vai dirigir pela primeira vez ao conclave das Nações Unidas.
Lusa