No final de 2014 existiam mais de 395 mil imigrantes legais em Portugal, mesmo assim um número inferior se recuarmos cinco anos, quando existiam mais de 445 mil. A crise levou muitos a abandonarem o país, mas o que é certo é que para muitos viver em Portugal continua a ser sinónimo de garantia para uma vida melhor. Os chineses foram os campeões da imigração neste período, ocupando o primeiro lugar do ranking das comunidades que mais aumentou entre 2014 e 2010. No final do ano passado viviam 21 402 chineses em território nacional, ou seja, mais de 5700 que em 2010, altura em que ultrapassavam os 15 600, revelam os últimos dados divulgados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
A comunidade chinesa passa desta forma a ser a quinta mais representativa, com um crescimento de 14,8% em relação a 2013, ultrapassando até a angolana, que tem vindo a diminuir nos últimos anos.
Os cidadãos provenientes do Nepal ocupam o segundo lugar da tabela em termos de crescimento. Em cinco anos os nepaleses no nosso país passaram de 797 para mais de 3500. Este aumento verificou-se também junto da nacionalidade francesa, com uma subida de quase 1500 imigrantes (passaram de 5111 para 6541 respectivamente). Mas as subidas não se ficam por aqui. Portugal também é atractivo para os cidadãos indianos. Recebemos num espaço de cinco anos mais de mil cidadãos provenientes da Índia, e neste momento já se contabilizam mais de 6400.
Outras comunidades que registaram um crescimento no ano passado foram a espanhola, a argentina e a norte-americana.
É de referir que, pela primeira vez nos últimos anos, o número de novos títulos emitidos aumentou 6,1% em 2014, num total de 35 265, em parte potenciado pelo regime de residência para actividade de investimento, conhecido por vistos gold, e pelo regime fiscal para residentes não habituais.
Redução Neste último ano verificou-se uma redução representativa da população estrangeira proveniente de países de língua portuguesa, nomeadamente a brasileira, a cabo-verdiana e a angolana. Em relação à comunidade brasileira verificou-se nos últimos cinco anos uma redução de quase 32 mil cidadãos, passando de mais de 119 mil em 2010 para pouco mais de 87 mil em 2014, mas mesmo assim mantém-se a principal comunidade estrangeira residente.
A seguir surge a de Cabo Verde (com 40 912), apesar de também ter registado uma diminuição no período em análise, e agora aparece à frente da da Ucrânia (37 852). ARoménia surge em quarto lugar em termos absolutos, já com 31 505 cidadãos.
Os dados do SEF indicam que saíram do nosso país mais de 11 mil ucranianos nos últimos cinco anos e mais de 7 mil moldavos, totalizando mais de 8 mil em território português. O exemplo de “abandono” foi também seguido pelos romenos. Verificamos que houve uma redução de mais de 5 mil cidadãos entre 2010 e 2014.
O relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA) do SEF referente a 2014 aponta “a aquisição da nacionalidade portuguesa, a alteração de fluxos migra-tórios e o impacto da actual crise económica no mercado laboral” como as principais razões para as saídas do nosso país.
O documento do SEF diz ainda que foram formulados mais de 32 mil pedidos de atribuição e aquisição da nacionalidade portuguesa só no ano passado, mais 7,4% que em 2013, quando foram efectuados pouco mais de 30 mil. Em 2014 foram emitidos 20 521 pareceres, dos quais 20 115 foram positivos.
O relatório sublinha que 65% dos pedidos foram feitos por naturalização e 18% por casamentos de estrangeiros, casados ou em união de facto há mais de três anos com um português.