Conselho Português de Protecção Civil causa polémica com declarações sobre menino sírio

Conselho Português de Protecção Civil causa polémica com declarações sobre menino sírio


A fotografia de um menino sírio encontrado morto numa praia da Turquia está a correr o mundo.


A história é triste e é de um menino sírio, de dois anos, encontrado à beira-mar.

A imagem acabou por ser usada esta quinta-feira pela página do Conselho Português de Protecção Civil juntamente com um texto que tem sido duramente criticado por vários seguidores da página.

“Ensine o seu filho a nadar, para não passar o resto da vida a lamentar. Embora a imagem seja de uma criança migrante que infelizmente morreu na travessia, estas imagens devem ter por utilidade a dupla sensibilização para o drama da migração e simultaneamente de acção preventiva dos afogamentos em quaisquer circunstâncias”, pode ler-se no texto, que ainda acrescenta: “Esta é a nossa forma de denotar o nosso pesar e intervir preventivamente, desejando-se que esta vida não se tenha perdido em vão eque a divulgação da imagem contribua para que muitas outras vidas sejam poupadas ao sofrimento e morte. Lamentamos profundamente qualquer morte, mas esta imagem causa-nos um profundo pesar que não poderíamos deixar de expressar”.

Mais tarde foi publicado outro texto com uma fotografia onde aparece a mesma imagem e uma outra de uma baleia e pode ler-se: “Infelizmente mobilizarmo-nos mais por outras espécies amimais do que pela nossa própria espécie”.

Rapidamente, a página ficou cheia de comentários a criticar estas partilhas. “Não briquem com coisas sérias”, “Têm responsabilidades sociais e não podem dizer barbaridades e fazer comparações monstruosas”, “Irresponsabilidade total” ou ainda “Vocês deviam de ter vergonha e apagar isto” são alguns dos comentários feitos por vários seguidores da página.

Contacto pelo i, João Paulo Saraiva, Presidente do Conselho, esclareceu que nem todos concordam com as criticas e fala de uma má interpretação.

“Houve várias pessoas a comentar a nossa página e algumas comentaram negativamente. Mas a nossa posição é de total respeito pela situação. O que fizemos é uma forma de honrar esta morte”, explica João Paulo, acrescentando: “Minimizamos estas criticas porque são uma má interpretação. Não quisemos tirar valor à vida humana. Muito pelo contrário”.

Entretanto, a Autoridade Nacional de Protecção Civil já se prounciou no Facebook e explica que estas duas entidades "não são uma e a mesma". No texto pode ler-se "A ANPC é um organismo público, da administração central do Estado, tutelado pelo Ministério da Administração Interna. O CPPC é uma organização não governamental, de direito privado."

Nos comentários à publicação há utilizadores idnignados com o facto de se sentirem induzidos em erro.