T.S. Spivet (Kyle Catlett) é uma criança prodígio, que vive num rancho isolado em Montana, nos EUA, com os pais, a irmã Gracie e o irmão Layton. Apaixonado pela ciência inventa uma máquina de movimento perpétuo, que conquista o prestigiado prémio do Instituto Smithsonian, em Washington, que o leva a aventurar-se sozinho, e em segredo, numa viagem com o objectivo de receber a distinção pessoalmente. Para isso, atravessa o país num comboio de carga. No Instituto ninguém suspeita que o vencedor tem apenas dez anos e que deixa uma tragédia familiar para trás.
Dirigido por Jean-Pierre Jeunet, realizador de “O Fabuloso Destino de Amélie”, a partir de um livro de Reif Larsen, o filme tira proveito das inovações técnicas mais recentes na sétima arte não para submeter, mas para realçar, nesta história centrada numa criança que tão inteligente quanto imaginativa, a dimensão da fantasia e da fábula. Esse traço em que a realidade ganha uma cor diferente traz algumas opções estéticas e cenográficas que lembram o popular filme francês que deu a conhecer ao mundo Audrey Tautou. Só que ao contrário de “O Fabuloso Destino de Amélie”, em “O Jovem Prodígio T.S. Spivet”, o realizador acaba por se dispersar demasiado ao alternar a ordem de importância dos factos ao longo da narrativa. Em francês, a longa-metragem começa com “A Extravagante Viagem” e é, possivelmente, a viagem a parte mais interessante e que devia sair sublimada do todo do filme. Não que o contexto que a antecede não enriqueça a história, mas o mesmo já não se pode dizer do desenlace, onde os acontecimentos se parecem precipitar para concluir a sequência final, que entretanto se arrastou desnecessariamente.