no mês passado, eu e o vice-presidente da Delegação Regional Sul da Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Reinaldo Teixeira, sentimo–nos verdadeiramente lagoenses ao assumirmo-nos como os anfitriões do seminário nacional que a APEMIP organizou em Lagoa, subordinado ao tema “Imobiliário e Turismo, uma parceria estratégica”.
Eu, que sou do Norte, e Reinaldo Teixeira, algarvio, embora não de Lagoa, sentimo-nos bem empenhados na reflexão que esta parceria de sucesso deve merecer e pensamos que o Algarve é a região certa para olharmos com olhos de ver para o que ainda é preciso fazer no sentido de consolidar o imobiliário e o turismo como pilares da recuperação económica que desejamos continue a acontecer em Portugal.
Não é fácil. É preciso ganhar altura (há economistas que falam na visão de helicóptero) para que o olhar abarque todos os aspectos condicionantes e possa ter a perspectiva global que a economia também global exige – turismo é muito mais do que uma folha de cálculo onde contabilizamos e classificamos as camas disponíveis para a procura. Turismo são também as marinas de iates de luxo, são os aeroportos, são as fronteiras terrestres, é rede de transportes rodo e ferroviária.
E ainda muito mais. Turismo é, na verdade, tudo. O clima, social e meteorológico, ameno. A hospitalidade, a abertura aos outros, as ofertas personalizadas e com alma, a autenticidade de quem recebe. A confiabilidade do que é preciso pagar para ser turista, a fiabilidade e a diversidade dos serviços que são oferecidos. A comunicabilidade.
Alberto Mota Borges, o novo director do Aeroporto Internacional de Faro e uma das muitas pessoas que se deslocaram a Lagoa para assistir ao seminário da APEMIP, teve mais uma visita ao Algarve, no caso guiada por Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, por Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), com achegas importantes oferecidas por Manuel Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), Pedro Megre, director da UCI/Portugal, Tânia Pinheiro, jurista do escritório de Tiago Caiado Guerreiro, e João Pessoa e Costa, que representou Allain Duffoux, empresário francês do sector que gosta muito de Portugal e o promove, em França e não só.
A reflexão que a APEMIP proporcionou nesta rentrée do imobiliário e do turismo foi também – assim o espero – um contributo muito importante para este mês de intensos debates políticos, debates que desejavelmente irão também contemplar as questões que se prendem com o crescimento e com o desenvolvimento de Portugal, um desafio que passa com muita força pelo imobiliário e pelo turismo.
Estas duas indústrias, já o tenho dito, estão na linha da frente do esforço nacional para a recuperação económica. Os meus votos, aliás deixados na intervenção que proferi em Lagoa, são no sentido da esperança de que o nosso futuro mais próximo possa aprofundar essa mesma recuperação num ambiente de estabilidade que é sempre muito importante para os negócios.
Imobiliário e turismo são temas que merecem uma permanente e alargada reflexão.
Presidente da APEMIP