Na quarta-feira, o Sporting é atirado da fase de grupos da Liga dos Campeões para a da Liga Europa pelo CSKA, em Moscovo. Na quinta, o Belenenses empata no Restelo e apura-se pela primeira vez para a fase de grupos da Liga Europa. Os dois encontram o Braga e ora aí está um trio nunca visto na mesma prova europeia.
Concentremo-nos apenas na dupla de Lisboa. Quando é a última vez que se cruzam assim? A última, não. A única. Estamos em 1987-88, é a última jornada do campeonato nacional. O Porto já é campeão (64 pontos) e o Benfica já é segundo (51). Resta definir o terceiro e o quarto lugares, os de acesso à Taça UEFA. E há três galos para dois poleiros. No fundo, só há dois para um. O Belenenses (47) tem vantagem sobre Boavista (44). Pelo meio, o Sporting (45). Portanto, isto é entre Boavista e Sporting. O leão arranha o Penafiel com quatro golos de Paulinho Cascavel em Alvalade (7-0) e nada vale o 3-0 do Boavista ao Vitória de Guimarães no Bessa. Como o Belenenses empata na Póvoa do Varzim (1-1), os azuis do Restelo completam o pódio. E o Sporting é quarto. Aqui está a dupla.
O sorteio da primeira eliminatória da Taça UEFA 1988-89 é matreiro: Ajax para Sporting, Bayer Leverkusen (detentor do título) para Belenenses. E os dois passam com distinção. Com dupla vitória, vejam bem: 4-2, 2-1 para o leão; duplo 1-0 para os belenenses. Na 2.ª ronda, o Sporting encontra a Real Sociedad e o Belenenses o Velez Mostar. E aqui nem uma vitória para amostra. A equipa do uruguaio Pedro Rocha perde 2-1 em Alvalade e não consegue melhor que um nulo no Anoeta. O onze do inglês John Mortimore não ata nem desata. Duplo 0-0. Prolongamento em Mostar. Mais penáltis. Acaba 4-3. É o estratega Jaime quem permite o apuramento dos jugoslavos, já depois do lateral-direito Carlos Ribeiro ter errado o alvo (por cima).
Estamos no dia 9 de Novembro de 1988 (que também dita o adeus europeu de Benfica e Porto, aos pés de RFC Liège e PSV Eindhoven). Daí para cá, Sporting e Belenenses nunca mais jogam a mesma competição. Até agora.
