Monaco. Adeus por um golo e culpa própria

Monaco. Adeus por um golo e culpa própria


Fragilidades defensivas invulgares ditaram eliminação da equipa de Jardim apesar da vitória (2-1).


Leonardo Jardim é um treinador metódico. Por vezes é criticado por não comandar equipas que joguem um futebol atractivo mas os resultados alcançados pelo pragmatismo imposto em campo geram uma protecção impenetrável. No passado, o madeirense chegou mesmo a dizer, por altura da apresentação no Sporting, que as equipas tendem a cair de produção após a sua saída. Agora, pela primeira vez desde que iniciou duas épocas no Beira-Mar, Jardim partiu para uma segunda temporada.

Os sinais dados pelo Monaco na época passada foram ao encontro da filosofia de Jardim. Uma organização defensiva a fazer diferença e a ajudar a ausência de um ataque demolidor. Foi dessa forma que na Liga dos Campeões da última temporada conseguiu alcançar os quartos-de-final: em seis jogos na fase de grupos, marcou apenas quatro golos e só sofreu um, nos oitavos eliminou o Arsenal graças aos golos fora (3-3) e depois caiu com a Juventus por culpa de um golo sofrido em Turim (0-1). Feitas as contas, em dez jogos na competição, o Monaco marcou sete golos e sofreu apenas cinco.

Este Monaco organizado desapareceu no play-off contra o Valencia de Nuno Espírito Santo. Se os erros individuais e passividade extrema nos lances de bola parada já tinham deixado marca em Espanha, na segunda mão sentenciaram quase que definitivamente a eliminatória. E não foi preciso esperar muito tempo: aos dois minutos, Mustafi quase marcou na pequena área, sem saltar, na sequência de um canto – valeu a defesa por instinto de Subasic. Mas dois minutos depois, o génio de Negredo fez a diferença. O avançado interceptou um passe sem sentido de Fabinho, correu para a área e fez um chapéu perfeito ao guarda-redes do Monaco. Assim, com 94 minutos de eliminatória, o Monaco já tinha sofrido quatro golos.

O onze do Monaco só teve duas mudanças mas a equipa parecia completamente diferente. Se a entrada de Kurzawa foi uma troca directa (saiu Elderson), a de Dirar gerou um autêntico carrossel:_Bernardo Silva recuou para o meio-campo, Fabinho foi para o lado direito da defesa, Raggi voltou para central e Wallace saiu do onze.

A precisar de três golos, o Monaco assumiu o controlo. O empate de Raggi ainda na primeira parte (17’) devolveu a esperança mas o Valencia pareceu ter sempre o resultado agregado controlado. No segundo tempo, Jardim foi apostando em elementos ofensivos e os espanhóis apareciam cada vez mais encostados à defesa, num misto de vontade com incapacidade. Sem criar muitos lances de perigo, o Monaco assustou com o segundo golo, aos 75 minutos, num lance em que Elderson estava em posição irregular.

O erro do assistente de Nicola Rizzoli não teve consequências. Com mais coração do que com razão, o Monaco não voltou a marcar e o Valencia festejou.

OUTROS JOGOS

Nos outros jogos, o destaque vai para as eliminações de Celtic e Basileia. Os escoceses foram incapazes de segurar o triunfo da primeira mão por 3-2 e perderam na Suécia frente ao Malmõ por 2-0. Já os suíços, depois do empate em casa a dois golos, foram a Israel empatar com o Maccabi Telavive a um golo. Eran Zahavi voltou a ser figura do encontro e terminou a eliminatória com três golos marcados.

 O Shakhtar Donetsk chegou a estar em desvantagem frente ao Rapid Viena mas o empate a dois golos foi mais do que suficiente para confirmar o apuramento, depois do triunfo na Áustria por 1-0. Finalmente, o Dínamo Zagreb, com Eduardo, Ivo Pinto, Paulo Machado e Gonçalo Santos no onze, goleou o Skenderbeu por 4-1. Soudani, antigo jogador do V. Guimarães marcou dois golos.