Sporting. Missão: acabar vivo esta roleta russa

Sporting. Missão: acabar vivo esta roleta russa


Leões nunca venceram equipas da Rússia. Jesus já o conseguiu duas vezes, mas somou quatro derrotas em seis jogos. 


O Sporting tem pela frente uma espécie de roleta russa contra o CSKA: ou sobrevive ou morre (para a Champions, claro). E aqui o resultado não depende da sorte, mas da capacidade dos leões para mudar a história. Em cinco jogos com equipas russas, o clube lisboeta nunca venceu: 2000/01 vs. Spartak, 1-3 e 0-3 (fase de grupos); 2004/05 vs. CSKA, 1-3 (final da Taça UEFA); 2006/07 vs. Spartak, 1-1 e 1-3 (fase de grupos).

Hoje em Alvalade volta a ter uma oportunidade. Logo contra o adversário de 2005, que roubou aos leões o sonho de vencer a Taça UEFA com a final a realizar-se no seu estádio. Experiências traumatizantes à parte, o banco de suplentes pode ter a chave para começar bem este playoff de acesso à fase de grupos da Liga dosCampeões: a experiência de Jorge Jesus, antigo treinador do Benfica, que tem 96 jogos europeus. Apesar de o histórico também não lhe ser favorável contra equipas do país de Leste (quatro derrotas em seis jogos), JJ já venceu em duas ocasiões. A primeira vez foi com o Zenit (oitavos-de-final), em Março de 2012, por 2-0. Depois as águias bateram o Spartak, em Novembro desse ano, também na Luz, pelo mesmo resultado.

“Temos a noção que vai ser um jogo difícil, contra um adversário que é líder do campeonato russo, já com um andamento de alguma intensidade e ritmo competitivo em relação a nós. Temos feito coisas muito boas no início da época e queremos disputar esta eliminatória. Sabemos que não vai ser decidida amanhã [hoje], mas é um jogo importante porque jogamos no nosso estádio. Além do resultado desportivo, sabemos a importância deste jogo financeiramente.” Na estreia em competições europeias pelo Sporting, Jesus adoptou um discurso prudente. Não atingir a fase de grupos da Champions seria um golpe extremamente duro. Os 12 milhões que podem entrar em Alvalade dariam, por exemplo, para pagar todos os reforços desta temporada (incluindo 1,5 milhões por Ewerton, que chegou em Janeiro a título de empréstimo).

Se o Sporting começou bem a temporada, com duas vitórias, o CSKA chega a Lisboa motivado por seis triunfos em sete jogos. “Jesus preparou-nos da melhor maneira. Passou-nos informação do adversário e o que podemos fazer para os contrariar. É um adversário de qualidade, com bastante experiência, mas nós também temos experiência. Acho que será 50-50”, comentou João Mário, um dos jogadores em melhor forma neste início de época. Realçando a vertente desportiva de uma presença na fase de grupos, “mais aliciante para os jogadores” que a financeira, o médio falou também sobre a final da Taça UEFA perdida para o CSKA em 2005: “É uma má lembrança para todos os sportinguistas. São jogos diferentes, acima de tudo agora é a duas mãos. Claro que, se pudermos vingar e deixar os adeptos satisfeitos, óptimo, mas não existe um sentimento de vingança.”

um em quatro Outra estatística que é preciso contrariar é a dos playoffs. Em quatro presenças nesta fase, só uma vez o Sporting não foi eliminado. Aconteceu na época 1997/98 contra o Beitar (3-0 e 0-0). Nas restantes tentativas, com Inter em 2002 (0-0 e 0-2), Udinese em 2005 (0-1 e 2-3) e Fiorentina em 2009 (2-2 e 1-1, afastado por golos fora), os leões não alcançaram o objectivo.