A perplexidade do eleitor PS


Afirma-se que não se apoiam candidatos, para não se por em causa as legislativas, mas não se faz outra coisa senão falar de candidatos e anunciarem-se candidaturas


O que se passa com o PS é estranho e grave e tende a deixar órfã grande parte do eleitorado português que não se revê na direita, sobretudo nesta direita neo-liberal que nos assola, e não vota nos extremos, qualquer que seja a sua direcção. Quem é sinceramente social-democrata ou socialista é votante por natureza do PS. Nesta altura, porém, a porca torce o rabo, como soe dizer-se. Que PS é este? O seu eleitorado ganhou fôlego com as primárias ganhas por António Costa. As eleições legislativas pareciam ganhas de antemão e por maioria absoluta. Limpinha! Afinal, em vez de arrancar, desandou. Será que se ganha por maioria simples?, perguntam-se agora. Pois, o governo continua a cometer erros de palmatória, as aldrabices multiplicam-se, as mentiram avolumam-se, as sondagens dizem que mais de 60% dos eleitores não gosta do governo, mas depois… muitos anunciam que vão votar nele para mais quatro anos. Puro masoquismo, ou do mal, o menos? Inquietante.

Como se chegou aqui? Com a bem manipulada prisão de José Sócrates que foi tentando anular todos os momentos mais eufóricos do PS, com notícias sensacionalistas? Sim, é verdade. Mas também é verdade que falta combatividade ao PS, que os tiros nos pés são mais que muitos (e alguns de um ridículo fatal), que a pré campanha tem sido uma treta, e que até já há quem pense que tudo isto é uma táctica bem engendrada para não ficar com o país ao colo. Sozinhos. Querem companhia. Por isso não pretendem maiorias absolutas. Será?

Mas se as legislativas são o que são, as presidenciais já não dão vontade de rir, mas de chorar. Afirma-se que não se apoiam candidatos, para não se por em causa as legislativas, mas não se faz outra coisa senão falar de candidatos e anunciarem-se candidaturas. No PS, o delírio tem sido total. Até já surgiu uma facção PSD a propor Maria de Belém à presidência. Por mim, acho Maria de Belém uma querida, mas se na segunda volta tiver que escolher, por absurdo, entre Maria de Belém e Marcelo Rebello de Sousa, não hesito. Prefiro o original. Desse já sei o que espero, e, de um modo geral, até gosto. Mas na primeira volta, mantenho a escolha anunciada aqui há semanas: o meu candidato é Sampaio da Nóvoa. Será o único a impedir o meu voto no outro Professor. 

Escreve à sexta-feira

A perplexidade do eleitor PS


Afirma-se que não se apoiam candidatos, para não se por em causa as legislativas, mas não se faz outra coisa senão falar de candidatos e anunciarem-se candidaturas


O que se passa com o PS é estranho e grave e tende a deixar órfã grande parte do eleitorado português que não se revê na direita, sobretudo nesta direita neo-liberal que nos assola, e não vota nos extremos, qualquer que seja a sua direcção. Quem é sinceramente social-democrata ou socialista é votante por natureza do PS. Nesta altura, porém, a porca torce o rabo, como soe dizer-se. Que PS é este? O seu eleitorado ganhou fôlego com as primárias ganhas por António Costa. As eleições legislativas pareciam ganhas de antemão e por maioria absoluta. Limpinha! Afinal, em vez de arrancar, desandou. Será que se ganha por maioria simples?, perguntam-se agora. Pois, o governo continua a cometer erros de palmatória, as aldrabices multiplicam-se, as mentiram avolumam-se, as sondagens dizem que mais de 60% dos eleitores não gosta do governo, mas depois… muitos anunciam que vão votar nele para mais quatro anos. Puro masoquismo, ou do mal, o menos? Inquietante.

Como se chegou aqui? Com a bem manipulada prisão de José Sócrates que foi tentando anular todos os momentos mais eufóricos do PS, com notícias sensacionalistas? Sim, é verdade. Mas também é verdade que falta combatividade ao PS, que os tiros nos pés são mais que muitos (e alguns de um ridículo fatal), que a pré campanha tem sido uma treta, e que até já há quem pense que tudo isto é uma táctica bem engendrada para não ficar com o país ao colo. Sozinhos. Querem companhia. Por isso não pretendem maiorias absolutas. Será?

Mas se as legislativas são o que são, as presidenciais já não dão vontade de rir, mas de chorar. Afirma-se que não se apoiam candidatos, para não se por em causa as legislativas, mas não se faz outra coisa senão falar de candidatos e anunciarem-se candidaturas. No PS, o delírio tem sido total. Até já surgiu uma facção PSD a propor Maria de Belém à presidência. Por mim, acho Maria de Belém uma querida, mas se na segunda volta tiver que escolher, por absurdo, entre Maria de Belém e Marcelo Rebello de Sousa, não hesito. Prefiro o original. Desse já sei o que espero, e, de um modo geral, até gosto. Mas na primeira volta, mantenho a escolha anunciada aqui há semanas: o meu candidato é Sampaio da Nóvoa. Será o único a impedir o meu voto no outro Professor. 

Escreve à sexta-feira