Jorge Manuel Alegre Gonçalves é presidente do Sporting por um ano. Nem manis nem menos: de 24 de Junho de 1988 a 24 de Junho de 1989. Promete mundos e fundos. E a verdade é que reforça o leão com três internacionais brasileiros (Douglas, Silas e Ricardo Rocha), dois internacionais portugueses (Carlos Manuel e Jorge Plácido), um internacional uruguaio (Rodolfo Rodriguez) e um ainda sueco (Eskilsson), sem esquecer dois internacionais da selecção portuguesa de Esperanças (Miguel e Rui Maside). Um naipe interessante e convicente de jogadores. Para treiná-los, um uruguaio de renome: Pedro Rocha.
Há resultados, sim, mas não são os melhores. Em 48 jogos, 25 vitórias, dez empates e 13 derrotas. Contas feitas, quarto lugar do campeonato, a 18 pontos do campeão Benfica, e eliminado nas duas taças. Na de Portugal, pelo Belenenses, nas meias-finais (3-1). Na da UEFA, pela Real Sociedad, na 2.ª eliminatória (1-2 em Alvalade, 0-0 no Anoeta. Cresce o descontentamento dos sócios e convocam-se eleições. Jorge Gonçalves vai a votos e é cilindrado por Sousa Cintra. Seja como for, o seu momento de glória é o de apresentação de uma das unhas, como o próprio Jorge Gonçalves apelida osa reforços. É ele, Eskilsson.
No intervalo do Salgueiros-Sporting, o avançado sueco entra no relvado do Vidal Pinheiro, acompanhado por um urso de peluche (e também Jorge Gonçalves), e agradece os aplausos das bancadas. A 15 dias das eleições, começa aqui o reinado de uma leão especial. O de Jorge Gonçalves, encontrado morto num resort de luxo em Cabo ledo (Angola).