Desde a saída de Jorge Jesus para o rival que Luís Filipe Vieira pretendia apresentar uma contratação bombástica para a equipa. Odefeso passou e nada de extraordinário aconteceu. Até agora. Raúl Jiménez deve ser hoje oficializado como jogador do Benfica até 2020. Seria esta a bomba do presidente encarnado? Pelo menos no preço já ganhou esse estatuto, a confirmar-se que as águias pagarão nove milhões de euros ao Atlético por metade do passe do mexicano. Jiménez ultrapassa Salvio, que foi adquirido aos colchoneros por 13,5 milhões (totalidade do passe), como o jogador mais caro na história do Benfica.
Há um ano, Jiménez estava na rota dos dragões. “O Porto é o melhor para mim. Espero que compreendam”, afirmou publicamente para tentar pressionar os dirigentes do América. Oclube mexicano queria 10 milhões de dólares, o FCPorto terá oferecido apenas três. Pouco para o herdeiro da camisola 9 do América, que pertencera a lendas como Hugo Sánchez ou Ivan Zamorano. Apareceu o Atlético, que deu 10,5 milhões de euros pelo avançado. Com a concorrência de Mandzukic (e Torres, desde Janeiro), Jiménez foi titular apenas quatro vezes na liga espanhola – e saiu do banco em 17 ocasiões. Com a chegada de Jackson, dificilmente o mexicano teria mais oportunidades. A saída afigurava-se como a melhor opção para poder jogar com mais regularidade.
O West Ham quase se antecipou ao Benfica mas Jiménez deu uma de Marco Fortes (lembra-se do célebre “de manhã só estou bem na caminha”?). Segundo a imprensa britânica, o mexicano falhou o voo para Londres, onde deveria efectuar os exames médicos, por ter adormecido – o jogador desmentiu e o episódio pareceu mais uma má desculpa para Jiménez desistir da mudança. É que entretanto oWest Ham caiu da Liga Europa, apareceram Jorge Mendes e o Benfica, e o futebolista voou para Lisboa.
Jiménez é o segundo mexicano na história das águias. Tal como Kikin Fonseca, o negócio também tem contornos fora do comum: o avançado de 24 anos custou 10,5 milhões ao Atlético. Depois de uma época em que pouco jogou nos colchoneros (apenas um golo em 840 minutos) orientados por Diego Simeone, o Benfica aceitaria uma avaliação de 18 milhões, quase o dobro do seu valor em 2014.
“O futebol sempre me chamou a atenção. Também gostava de luta livre mas por fim decidi que a bola tinha mais a ver comigo”. A luta livre é uma coisa séria no México, mas o avançado parece ter decidido bem. Em vez de vestir máscaras ridículas e entrar no ringue, Jiménez ganhou reputação de goleador temível. Já representou a selecção do seu país 36 vezes e venceu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres. Chega à Luz para relançar a carreira, e terá a concorrência de Jonas e Mitroglou. Com mais qualidade no ataque, Rui Vitória poderá optar por um esquema com dois avançados.
