Rondón. Como Putin ajudou o WBA a encontrar um avançado

Rondón. Como Putin ajudou o WBA a encontrar um avançado


Tudo começou com um telefonema de Tony Pulis a André-Villas Boas.


O treinador do WBA, Tony Pulis, conhecido por conseguir bons resultados na Premier League com pequenos orçamentos, resolveu abrir os cordões à bolsa, depois de se aconselhar com André Villas-Boas.

À procura de um avançado, Pulis resolveu fazer um telefonema a André Villas-Boas, treinador do Zenit, para tentar saber se existia na Rússia algum jogador ao qual ele devesse prestar atenção. O treinador português explicou a Pulis que, devido aos fracos resultados da selecção russa na qualificação para o Europeu de 2016, Putin terá exigido que os clubes do país limitassem o número de jogadores estrangeiros. 

Putin exigiu e o Ministério do Desporto foi rápido a diminuir o número de estrangeiro que cada equipa podia apresentar ao mesmo tempo em campo, de sete para seis, a apenas a três dias do início do campeonato. Villas-Boas não gostou, afirmando que a nova lei veio matar o futebol russo, onde as restricções impedem os treinadores de lançarem em campo os seus melhores jogadores.

Com esta exigência, Villas-Boas viu-se obrigado a descartar o avançado venezuelano Salomón Rondón, contratado pelo Zenit ao Rubin Kazan em Janeiro de 2014, por 18 milhões de euros. Ainda assim, Villas-Boas deu o aval a Pulis de que o venezuelano singraria na Premier League. Mas não ficou contente, e reagiu: “Como toda a gente sabe, o Rondón foi-se embora por causa das limitações que temos com os jogadores estrangeiros. O segundo melhor marcador [do campeonato passado e do Zenit, atrás de Hulk] teve de deixar a Rússia. Claro que o nosso nível desceu sem a sua contribuição. Rondón é um excelente jogador e uma excelente pessoa”, finalizou o treinador português, que ainda tem às suas ordens nove jogadores de fora do país.

Pulis não recorreu apenas a Villas-Boas. Aproveitou também para pedir conselhos a Manuel Pellegrini, que treinou o venezuelano no Málaga. Convencido com as opiniões de ambos, Pulis avançou com 17 milhões de euros e contratou Rondón para o seu WBA. Com esta mudança de clube, a quinta da sua carreira, Rondón ocupa os três primeiros lugares das maiores transferências de jogadores venezuelanos. Se corresponder, talvez para o ano seja a capa do jogo FIFA para a América Latina, onde na última edição foi apenas batido por Juan Cuadrado.