Incêndios. Ontem foi o dia com mais ocorrências em 2015

Incêndios. Ontem foi o dia com mais ocorrências em 2015


Mais de 300 fogos lavraram no país. Três bombeiros ficaram feridos em dois incêndios.


O Verão de 2015 pode mesmo ficar na história no que diz respeito a incêndios florestais. As temperaturas elevadas, aliadas a uma massa de ar quente e seco proveniente do interior da península Ibérica e do norte de África, fizeram com que as temperaturas previstas para ontem se situassem entre os 30 e os 40 graus, contribuindo para que se registasse o dia com mais ocorrências desde o início do ano. 

Até às 20h10 de ontem registaram-se 325 fogos em Portugal. Também sábado, dia 8, já tinha batido recordes, com 295 ocorrências em todo o país que envolveram 6037 operacionais, 1574 meios terrestres e 96 meios aéreos, segundo dados publicados na página da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). 

No domingo, segundo o balanço da autoridade às 20h10, estavam activos 19incêndios e registavam-se 5 ocorrências significativas, ou seja, fogos com mais de três horas desde o seu início e com mais de 15 meios operacionais. 
Nos incêndios de ontem, dois bombeiros ficaram feridos na Covilhã, distrito de Castelo Branco. À Lusa, o presidente da câmara municipal afirmou, cerca das 19h, que se estava a proceder ao socorro e que “um tem ferimentos mais ligeiros e outro está em situação mais crítica”, acrescentando que ambos foram transportados para o hospital. Um outro bombeiro fez uma fractura num pé, no combate ao incêndio que lavrava no concelho de Caminha.

O incêndio da Covilhã, que ao final da tarde de ontem contava com 186 operacionais, 61 meios terrestres e ainda três meios aéreos no teatro de operações, levou também à evacuação do parque de campismo do Pião: “O parque foi evacuado por uma questão de precaução”, disse o oficial da GNR major Luís Patrício à Lusa. 

Outro dos focos mais preocupantes ocorria no concelho de Vila Nova de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo. O fogo teve início às 11h16 de sábado e às 20h10 do dia seguinte tinha uma frente activa combatida por 334 operacionais e 109 meios terrestres. Este incêndio contou ainda com um grupo de reforço para ataque ampliado de Lisboa, Setúbal, Porto e Coimbra, um veículo de comando e comunicações de Viana do Castelo e uma equipa de reconhecimento e avaliação da situação da Força Especial de Bombeiros (FEB) no teatro de operações. O incêndio esteve a cerca de cinco quilómetros do concelho vizinho de Caminha, tendo às 15 horas já atravessado o rio Coura. José Guilherme, responsável pelas operações de combate ao incêndio, explicou que a progressão foi provocada “por uma alteração de ventos”.

Outro dos incêndios significativos ocorria em Ponte de Lima, no concelho de Viana do Castelo, e contava com 61 operacionais e 18 meios terrestres, auxiliados por um helicóptero pesado. O fogo florestal deflagrou “entre as 12h e as 15h, em zona de eucalipto”, e a meio da tarde de ontem as chamas estavam a dirigir-se para Vitorino de Piães e Viana do Castelo, de acordo com informações dadas à Lusa pelo comandante dos bombeiros locais. 

Também Monção e Miranda do Corvo foram palco de dois dos maiores incêndios que ontem assolaram o país. O primeiro contava com 144 operacionais e 43 meios terrestres a combater três frentes activas, enquanto em Miranda do Corvo uma frente activa estava a ser combatida por 268 operacionais e 78 meios terrestres. Este último incêndio estava “fora de controlo” ao final da tarde, segundo afirmou o presidente da câmara em declarações à Lusa.