© Jose Fernandes
Estes episódios em torno dos outdoors do PS revelam muito mais do que simples enganos, incompetências ou “saber gerir a emergência”. Mostram uma forma de estar na vida pública e na política e isso é terrivelmente preocupante para nós.
O recurso a funcionários de uma Freguesia de Lisboa para uma campanha partidária, as confusões nos números e nas datas das mensagens que se transmitem e um pedido de desculpa inevitável, mas obrigado e esforçado, são tudo aquilo que não se deve fazer na corrida à conquista do poder e como se isso não bastasse são, e talvez o aspeto mais importante, reveladores de um tipo de governação que devemos pura e simplesmente rejeitar.
No fundo, estes acontecimentos são o espelho daquilo que foi, desde sempre, a governação do PS. Hipotecámos gerações por causa das PPP, desculpem! A parque escolar derrapou quase 300%, desculpem! Pedimos, pela terceira vez, ajuda financeira, desculpem!
Tem sido muito esta a lógica do PS. Passou seis anos a desgovernar o país mais quatro a fingir que nada era com ele. Pelo meio foi dando a entender que estava arrependido e agora diz que é tempo de confiança.
E nós devemos perguntar, confiança em quê? Podemos entregar a gestão de um país com confiança, sobretudo de um país recuperado que atravessou por uma das suas mais graves crises, a alguém que julga que resolve as suas trapalhadas com um simples e forçado pedido de desculpa?
Pode ser entregue a gestão de um país a um partido que nem uma campanha eleitoral consegue gerir e que nos obrigou a assistir ao triste espetáculo de vermos candidatos seus a pedir publicamente a demissão do responsável? Tenho dúvidas.
Deputado
Escreve à segunda-feira