Os países ricos enfrentam riscos maiores, como as alterações climáticas e as actividades humanas, que tornam as populações costeiras mais vulneráveis a inundações devastadoras, concluiu um estudo divulgado na quinta-feira.
Este estudo vem contrariar o que há muito se pensa: que os países ricos, por terem mais dinheiro para investir em infra-estruturas, enfrentam menos riscos de inundação, refere a France Presse.
Embora as nações ricas tenham mais recursos para se protegerem contra as cheias como, por exemplo, as barragens, as alterações climáticas podem aumentar a severidade e frequência das inundações e tempestades, de acordo com um estudo publicado no US Journal Science.
As alterações feitas pelo homem estão também a aumentar o risco que as comunidades costeiras enfrentam, por exemplo, a terra que é usada para produção agrícola provoca consequente erosão que reduz as protecções naturais contra as inundações, segundo o estudo.
Os investigadores calcularam os desafios que mais de 340 milhões de pessoas podem enfrentar em 48 comunidades costeiras em todo o mundo e sinalizaram a foz dos rios Mississippi e Reno como potencialmente vulneráveis, afirmando que, em alguns casos, o risco pode ser multiplicado quatro ou oito vezes.
O estudo afirma ainda que as infra-estruturas são a chave para prevenir as inundações e recomenda que os países ricos façam "investimentos inteligentes já".
“Habilidade económica e decisões para aplicar soluções de engenharia serão factores chave em determinar quão sustentáveis se tornarão a foz dos rios, a longo termo”, afirma o estudo.
Num editorial, também publicado na quinta-feira no US Journal Science, os investigadores StijnTemmerman, da Universidade de Antuérpia, e Matthew Kirwan, do Instituto de Ciência Marinha da Virgínia, afirmaram que as comunidades costeiras têm de planear estratégias para diminuir os riscos de inundações, sugerindo que a opção "é restaurar sedimentos na foz dos rios".
Dados recentes estimam que até 2050, se o nível do mar continuar a aumentar ao ritmo actual, as inundações serão mais frequentes e poderão custar mais de 1 bilião de dólares anuais, causando sérios danos em 136 grandes cidades costeiras do mundo.
Lusa