O Fundo Monetário Internacional avisou esta quinta-feira que há ainda demasiada incerteza em volta da venda do Novo Banco. Apesar de referir que o processo de alienação do banco de transição “está a correr conforme o previsto”, é preciso especificar “os detalhes sobre a alocação das perdas no caso de o preço da venda não cobrir o empréstimo feito pelo Fundo de Resolução”.
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O Fundo injectou 4.900 milhões de euros no Novo Banco aquando da sua criação, em Agosto do ano passado, mas desse valor, apenas 700 milhões estava disponível. O resto foi emprestado pelo Tesouro português. O Banco de Portugal (BdP) e o governo têm reiterado que no caso de a venda do Novo Banco ser feita por um valor abaixo desses 4.900 milhões, o custo não reverterá para o contribuinte, mas a verdade é que ainda não se sabe exactamente como poderá ser coberto.
Isto porque são os restantes bancos dos sistema financeiro que alimentam o Fundo de Resolução, o que poderá significar que poderão ter que arcar com as perdas de uma venda a um preço abaixo do valor da injecção de capital. “As autoridades têm que reduzir a incerteza relacionada com a possibilidade” de os resultados dos bancos terem que traduzir essas perdas, defende a instituição liderada por Christine Lagarde.
Os avisos do FMI foram expressos esta quinta-feira num relatório sobre Portugal libertado ao início da manhã.