China vai abandonar a política do filho único

China vai abandonar a política do filho único


É o fim da polémica lei do filho único na China, implementada há quase 40 anos. E um fim marcado para ainda antes do final deste ano. 


O governo chinês vai estender a toda a população a autorização para ter dois filhos, actualmente permitida apenas sob certas condições e nalgumas regiões do país. Um ponto final na lei estabelecida em 1979, pouco depois da morte de Mao Tsé-tung, para controlar a explosão populacional entre os chineses.

Agora, a inversão da medida foi antecipada e tornada pública na quarta-feira pelo jornal oficial "China Business News" e agora confirmada. O objectivo é reverter a baixa taxa de natalidade do país, que está a provocar um envelhecimento acelerado da população.

A Assembleia Nacional Popular da China já tinha aprovado em Dezembro de 2013 medidas mais flexíveis sobre a política do filho único, que autorizava os casais nos quais um dos pais não tivesse irmãos (antes deveriam ser dois) a ter um segundo descendente.

Foi uma mudança pequena e os seus efeitos foram menores do que os esperados pelo governo chinês. Um milhão de casais pediram para ter um segundo filho com base na reforma, a metade do previsto pelas autoridades.

A China é o país mais populoso do mundo, com 1,3 mil milhões de pessoas, mas os dados demográficos do relatório publicado pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas apontam a Índia a ultrapassar os chineses em população daqui a sete anos.

O primeiro-ministro Li Keqiang já havia dito em Março que o governo iria imprimir mudanças no controlo da natalidade.

Segundo dados oficiais, as pessoas com mais de 60 anos na China aumentaram de 13,3% em 2010 para 15,5%. Já a população activa registou uma queda em 2011.