Santos Silva deixou os comentários na TVI24 (a rubrica "Os porquês da política") com duras críticas à direcção, acusando-a de censura e de terminar o espaço sem explicações públicas. Sérgio Figueiredo, director de informação da televisão respondeu, num artigo no Diário de Notícias intitulado "Para acabar de vez com um monólogo patético e deprimente". Nesta quarta, Silva respondeu num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias.
Figueiredo "mente quando diz que eu "marqu[ei] uma conversa em privado e, à traição, atir[ei] uma pedra sem aviso e sem pudor". Como se deve chamar a quem mente? Eu cá chamo mentiroso", diz o comentador socialista.
"Como se deve chamar a quem ignora coisas básicas de lógica e senso comum? Eu cá chamo ignorante", continua, e justifica o porquê de acusar de censura a direcção daquele canal.
"Nos termos contratuais (e como me foi expressamente assinalado na carta de rescisão), eu tinha a obrigação de assegurar a rubrica até ao fim de julho. Tentei cumpri-la. [Sérgio Figueiredo] impediu-mo, nos dias 14, 21 e 28. Chamei e chamo a isso censura: uma proibição administrativa do uso legítimo da palavra. Foi publicamente alegado que tal se devia à necessidade de fazer edições especiais de informação. [Sérgio Figueiredo] vem agora confessar que foi por retaliação. Ou seja, passou três semanas a mentir", conta.
E refere-se ao comportamento de Figueiredo como "reles". "E nem sequer lhe escapa o velório de Maria Barroso. Parece-me um comportamento reles".
E critica ainda Figueiredo por tentar condicionar o espaço de opinião. "Para ele, os espaços de análise e opinião são para avençados às ordens, os contratos são favores concedidos a pedintes, os directores são imperadores absolutos, sem contas a prestar a ninguém. A mensagem é: se te pago sou teu dono. É também isto que denuncio como 'clima de sufoco' e foi também por isto que a minha voz se tornou demasiado incómoda".
A defesa do seu título de opinião, no qual chama 'ayatollah' ao director de informação, vem no penúltimo ponto. O que Figueiredo disse é "uma fatwa". "Ele quer acabar de vez com o meu monólogo! Presumindo que saiba o que a palavra quer dizer, como é que S.F. tenciona acabar de vez com o meu monólogo? Vai interditar-me o acesso à comunicação social? Cancelar-me a página no Facebook? Pedir a minha prisão em solitária? Mandar–me matar?"