© Miguel Silva
O director de campanha de António Costa, Ascenso Simões, apelou a alguns dos seus amigos para que realizassem um “ataque” nas redes sociais à entrevista de Passos Coelho na TVI. Pediu “o cuidado que a situação exige”, mas não tardou que a sua mensagem fosse divulgada por um dos seus “amigos” ou, no limite, por um amigo de um “amigo” de Ascenso que, afinal, não é assim tão seu amigo.
Em primeiro lugar, é preciso dizer--se, Ascenso deve rever as suas amizades ou, no mínimo, explicar melhor aos seus “amigos” o significado de “cuidado” que, por norma, estas situações obrigam. Em segundo lugar, esta é a prova de que as coisas já não são o que eram e que deveria ter sido o próprio Ascenso a não se prestar a esse papel.
Ascenso é aquilo a que chama um “patriota”. O PS bem pode dizê-lo. Defendeu que Cavaco deveria condecorar Sócrates, considerando que o Presidente promoveu o “abastardamento” das mais altas condecorações na Nação, “obliterando os deveres de Estado”. Foi mais longe e considerou-se igualmente “desconsiderado” pela atitude contra o PM que “serviu”.
Mais recentemente, Ascenso, num acto de fé, afirmou que o Papa Francisco, se votasse em Portugal, apenas poderia votar no PS. Talvez numa antecipação de redenção pela campanha que se avizinha, negra, e que ele vai dirigir.
Mas o bom disto é que “a convocação geral” de Ascenso não foi suficiente para Passos que, como se observou, passou no teste com distinção. Porque a verdade é só uma. Quem fala verdade e não tem medo de assumir o que quer ganha sempre. E Passos ganhou e o “ataque” de Ascenso não passou de um ataquezinho.
Deputado, escreve à segunda-feira