Sismos. Portugal está num período de acalmia

Sismos. Portugal está num período de acalmia


Portugal é caracterizado por uma “sismicidade moderada”


Portugal está a atravessar um período de acalmia na actividade sísmica. “De há uns meses para cá tem havido uma certa acalmia na sismicidade, mas não podemos dizer que seja um fenómeno periódico. Agora aconteceu”, explica ao i, Areosa Pena, sismólogo do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De facto, Portugal é caracterizado por uma “sismicidade moderada”. Mas, se virarmos o nosso foco de atenção para os Açores, a frequência de sismos aumenta: “Os Açores têm uma sismicidade mais elevada devido à própria génese das ilhas. Têm características vulcânicas mas, particularmente, estão junto ao encontro de três placas: da fronteira entre as placas africana, euroasiática e americana”, explica o sismólogo, acrescentando que as zonas junto às placas são caracterizadas por uma maior sismicidade.

Portugal continental situa-se junto à placa africana e euroasiática, “que passa ali mais ou menos a sul, no Algarve, Golfo de Cádiz e sudoeste do cabo de São Vicente”. Estas zonas vão ser mais propícias a sismos. Cascais e Sintra, onde na semana passada um sismo foi sentido pela população, “não são zonas que costumem ter algum tipo de sismicidade.” Esta ocorrência, “relativamente fraca”, foi sentido porque ocorreu em locais “com uma elevada concentração populacional: “Não quer dizer que as pessoas se estejam a aperceber mais dos sismos.”

DESMISTIFICAR Quando não existe actividade sísmica durante um certo período de tempo fica-se na expectativa da aproximação de um sismo de grande magnitude devido à acumulação de energia, mas “isso não é garantido cientificamente”, esclarece o sismólogo.

PREVENÇÃO A população deve estar preparada e tomar as medidas que são conhecidas em caso de ocorrência de sismos. O sismólogo do IPMA defende que, muitas vezes, “o pânico provoca mais acidentes que o sismo em si” e que, por este facto, é necessário saber o que fazer nestes casos. Mas a medida essencial a tomar não passa pela população, no entender de Areosa Pena, mas sim pela construção dos edifícios: “Fazer as construções para lidar com estes fenómenos, para aguentarem sismos mais fortes. Evitar construir casas em sítios de maior risco é também uma medida que pode ser tomada mas, a principal será mesmo fazer uma construção que resista”, conclui.