Filipa Júlio. As josefinas já dançam o mundo de lés a lés

Filipa Júlio. As josefinas já dançam o mundo de lés a lés


São totalmente made in Portugal e já andam na boca do mundo, ou melhor, nos pés das mais famosas bloggers do ramo da moda. A última foi Leandra Medina,  autora do Man Repeller, um dos blogues mais influentes da actualidade.


Filipa Júlio tinha um sonho e está a realizá-lo à grande. A jovem de 32 anos queria, há muito tempo, criar uma marca de calçado elegante, que honrasse o seu passado de bailarina mas também o futuro da mulher moderna. Com esse objectivo em mente, conseguiu unir o seu passado à técnica (a arquitectura deu uma mãozinha), et voilà, nasceram as josefinas – uma marca de sabrinas totalmente nacional que está a ter êxito sobretudo fora do país. E o sonho passou a ser uma realidade.

Tendo sido praticante de ballet na infância, foi com muita naturalidade que chegou ao conceito das bailarinas. “Mas sabia que estas sabrinas não poderiam ser umas quaisquer!”, diz prontamente, explicando que “teriam de ter personalidade e representar o que de melhor se faz em Portugal na arte de bem criar sapatos”.

O estatuto de Portugal na arte de fazer sapatos de modo artesanal foi fundamental para concretizar este projecto, ao mesmo tempo que levou a jovem arquitecta a querer alcançar um patamar que não comprometesse o que de melhor se faz por cá – um patamar de excelência, de unicidade e de exclusividade. Como não faz a coisa por menos, as josefinas são desenhadas por Filipa e concebidas pelas mãos caprichosas de mestres sapateiros “com os melhores materiais”: peles naturais.

É certo que não são sapatos para qualquer carteira: cada par ronda, em média, os 100 euros, mas há peças mais extravagantes, como as da colecção Mil e Uma Noites, que ultrapassam os 3 mil euros – e essas são mesmo as sabrinas mais caras do planeta.

“Além de serem as sabrinas mais bonitas do mundo e de terem o corte perfeito, são funcionais: o cordão que existe nas josefinas tem a particularidade de ser ajustável, o que permite apertá-las ou alargá-las de acordo com a necessidade de cada pé”, explica-nos a jovem empreendedora.

Filipa Júlio não percorreu este caminho sozinha. Embora as josefinas tenham surgido de um sonho muito pessoal, “apenas o consegui concretizar, e continuo a poder concretizar com a ajuda da Maria Cunha, a minha sócia e amiga”. Filipa e Maria conheceram-se precisamente num concurso de ideias em 2013. Foi a partir daí que o negócio – que é tão-somente a concretização de um sonho, o tal que comanda a vida – ganhou pernas, e pés! – para andar. Um sonho que é também uma homenagem à avó de Filipa, Josefina, que a acompanhou em muitos passeios pelas ruas da cidade do Porto e, claro, às aulas de ballet.

“Sei que estamos no caminho certo para conquistar o mundo!”, diz Filipa. E parece ter razão. Prova disso são as palavras de Eva Chen, editor-in-chief da “Lucky Magazine”, que no passado fim-de-semana partilhou no seu Instagram uma fotografia das suas josefinas Yoko. O texto que acompanhava a imagem dizia: “Troquei sabrinas por brogues e oxfords, mas quando descobri as josefinas soube logo que seriam o calçado a usar e não trocar!”

Eva não é uma fã isolada. Filipa considera “único” aquilo que conquistaram em apenas dois anos, quer em Portugal quer no resto do mundo. “As josefinas são adoradas pelas maiores bloggers mundiais, por editoras das maiores revistas mundiais e pelas nossas clientes, que todos os dias nos enchem de mensagens de força e de carinho.” A última confirmação do sucesso veio da blogosfera. Depois de Chiara Ferragni foi a vez de Leandra Medine elogiar as josefinas. A autora do Man Repeller, blogue norte-americano com mais de 10 milhões de page views por mês, confessou o seu amor pelas josefinas. “Cada vez que usam sabrinas em vez de saltos, existe uma probabilidade de 101% de se divertirem mais, seja qual for a circunstância.”

Os elogios à marca têm sido fundamentais para que este produto de luxo – apenas disponível para venda online –, já se venda para todo o mundo, com destaque para os mercados português e norte--americano. “Somos procuradas por mulheres urbanas e modernas, que valorizam produtos exclusivos e de excelência.” No fundo, as josefinas fazem parte da vida de qualquer jovem moderna que aprecie a simplicidade das sabrinas ligada ao luxo dos materiais e da confecção.Aspectos que, segundo as fundadoras, elevam as josefinas à categoria de arte.

As Sal Azul Persa, por exemplo, o par de sabrinas mais caro do mundo, da linha Mil e Uma Noites, “são um manifesto à arte e excelência da manufactura dos sapatos”, afirma a responsável pela marca, que aproveita ainda para relembrar as palavras recentes de uma publicação de luxo: “As josefinas não são calçado, são arte para calçar.” “Uma marca de luxo é isso mesmo”, remata.