Segundo as “Estatísticas Agrícolas 2014” do INE, no ano passado a produção animal registou aumentos nos principais produtos (carne de suíno e aves, ovos e leite).
“O ano agrícola 2013/2014 decorreu com relativa normalidade, apesar das chuvas estivais que condicionaram as colheitas”, refere o instituto, destacando, entre os frutos, os aumentos de produção registados na pera, no pêssego e ameixa e nos citrinos.
Em contrapartida, a produtividade do tomate para a indústria (76,1 mil kilos/hectare) ficou “aquém do esperado”, sendo que a campanha oleícola “também não decorreu nas melhores condições”, registando-se um decréscimo de 33,5% na produção de azeitona para azeite, com o peso dos azeites com acidez igual ou inferior a 0,8º a descer “consideravelmente”.
No que respeita à produção pecuária, em 2014 registou-se um aumento do volume de carne, ovos, leite e produtos lácteos transformados, com a produção total de carne a subir 1,8% devido sobretudo ao maior volume de carne de suíno e aves de capoeira.
A produção de ovos de galinha para consumo aumentou 5,2%, fixando-se nas 111 mil toneladas, “em resultado do crescimento do efectivo de galinhas poedeiras e da modernização de alguns pavilhões de maior dimensão”.
A produção de leite de vaca aumentou 8,2%, para cerca de 1.940 milhões de litros, com os produtores a beneficiarem de “condições climatéricas normais e de preços em alta” e a registarem um “ano mais produtivo” do que 2013.
Segundo o INE, no que diz respeito aos produtos lácteos derivados, a indústria nacional absorveu grande parte do excedente de leite de vaca recolhido em 2014, com o leite em pó a aumentar 35,4%, (19,8 mil toneladas), a manteiga 9,2% (28 mil toneladas) e o queijo 3,9%, com 78,7 mil toneladas produzidas em 2014.
Pelo contrário, os principais produtos frescos reduziram o volume de produção, tendo os leites acidificados (incluindo os iogurtes) diminuído 6,5% e o leite para consumo público registado também um ligeiro decréscimo (-0,4%) face ao ano anterior.
Em 2014, o índice de preços da produção de bens agrícolas registou uma variação de -6,0% e o índice de preços dos bens e serviços de consumo corrente na agricultura decresceu 2,4%, enquanto o índice de preços dos bens de investimento na agricultura aumentou 2,3%.
Os produtos que mais contribuíram para a variação negativa dos preços da produção foram a batata (-53,1%), as plantas forrageiras (-21,2%), os hortícolas frescos (-14,9%), os outros animais (-9,0%) e os suínos (-8,4%).
De acordo com a segunda estimativa das Contas Económicas da Agricultura para 2014, na base 2011, o rendimento da actividade agrícola, em termos reais, por unidade de trabalho ano (UTA), registou um decréscimo de 3,0% em relação a 2013, apesar da redução estimada para o volume de mão-de-obra agrícola (-3,1%).
Para esta evolução de rendimento o INE aponta como “determinantes” a evolução do valor acrescentado bruto (VAB) (-3,2%) e dos outros subsídios à produção (-4,2%).
Relativamente à área ardida em 2014, a informação do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI) revela um “decréscimo significativo” do número de incêndios (-63,3%), com apenas 7.111 ocorrências e uma área ardida (20,3 mil hectares) inferior em 86,8% (menos 133,7 mil hectares) face a 2013.
As maiores reduções aconteceram nas regiões Norte (-93,2%) e Centro (-82,6%).
Lusa