O Grande Comité da Finlândia aprovou o início das negociações para um novo programa de resgate à Grécia bem como as negociações de um empréstimo ponte a Atenas. Esperava-se que a votação acontecesse apenas na sexta-feira, no mesmo dia em que o parlamento alemão vota a o resgate, mas a câmara finlandesa decidiu antecipar-se.
O ministro da Finlândia, Alexander Stubb, afirmou aos jornalistas que o país não está disponível para um perdão da dívida, mas que outras formas de reestruturação podem ser consideradas. "Estou um pouco preocupado com o facto de o primeiro-ministro grego dizer que não concorda com o programa", disse ainda o responsável aos jornalistas. No entanto, sublinhou que uma vez que o governo aprovou o pacote, os Estados-membros têm que estar disponíveis para acreditar em Atenas.
Stubb foi uma das vozes da oposição a um terceiro resgate grego, fazendo mesmo várias fontes comunitárias notarem que, mais preocupante do que o resgate não ser aprovado pela Alemanha, era a dificuldade em passar no governo finanldês.
Esta sexta-feira, dia 16, são os deputados alemães quem decidem sobre o resgate às Grécia, numa altura em que Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, continua a dizer que um Grexit temporário seria a melhor opção para Atenas. Se a Alemanha votar contra, tendo em conta a proporcionalidade dos direitos de voto, a possibilidade de resgate cai.
É que o Mecanismo Europeu de Estabilidade não exige unanimidade para aprovar um financiamento de assistência urgente que evite a instabilidade na zona euro, bastando garantir 85% dos direitos de voto. Estes direitos de voto, no entanto, variam bastante conforme os países, já que são atribuídos na medida da contribuição financeira de cada país do euro para os fundos do MEE. A Alemanha é quem tem mais direitos de voto no MEE, com 26,96%, seguida pela França, – que já aprovou o terceiro resgate – com 20,24%, e a Itália, com 17,79%. Além destes, só a Espanha detém mais de 10% dos votos, com 11,82% – Portugal conta com 2,49%.