Falar em acidentes de aviação e poder falar em sorte e sobrevivência ao mesmo tempo não é uma coisa que aconteça com tanta frequência como estes desastres. Mas quando acontecem estas raridades são notícia por todo o mundo e mais tarde as mais inspiradoras até podem servir de argumento de filmes.
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A história mais recente de sobrevivência vem dos Estados Unidos, aconteceu no fim-de-semana passado e a protagonista é Autumn Veatch. A adolescente americana de 16 anos teve a sorte da sua vida quando escapou quase ilesa à queda de um ultraleve nas montanhas de uma floresta numa zona rural do estado do Washington. Veatch, que ia de Montana para Washington com os avós, juntou a proeza de ter escapado à queda do pequeno aparelho a ter sobrevivido dois dias sozinha – caminhando floresta adentro – com o intuito de que alguém a visse e pudesse resgatar.
E assim foi. Depois do acidente, a rapariga ainda permaneceu um dia na montanha antes de ter decidido procurar ajuda.
Percorreu a floresta densa, seguindo os rios para se orientar, até encontrar uma estrada, que lhe permitiu pedir auxílio e boleia a um motorista que por lá passava.
Só já perto da entrada leste do North Cascades National Park um motorista localizou a rapariga, que foi assistida antes de ir para o hospital. Tinha apenas alguns ferimentos ligeiros e estava um pouco desidratada, segundo aquela unidade de saúde, citada pelo “The Guardian”. A adolescente, que se mostrava naturalmente “traumatizada”, recusou falar sobre o que terá acontecido aos seus avós. O destino dos dois permanece ainda por desvendar. Contudo, as autoridades não acreditam que tenham tido a mesma sorte que a neta.
O alarme de que algo de errado se tinha passado com o voo de Autumn já tinha sido dado no sábado à tarde. A família da adolescente alertou as autoridades quando o avião Beech A-35 não conseguiu completar o seu voo que pariu de Kalispell, no Montana, com destino a Lynden. Apesar de as buscas se terem iniciado logo nessa altura, as equipas de resgate não conseguiram encontrar o rasto dos destroços da aeronave, mesmo tendo circunscrito as buscas a partir do sinal dos telemóveis e dos padrões de voo.
Agora, já com a ajuda da descrição feita pela jovem do local do acidente, as autoridades continuam as buscas. Segundo indicações de Autumn Veatch, o pequeno avião terá pegado fogo quando atravessava as nuvens e acabou por se despenhar. O pai da rapariga já manifestou orgulho no instinto de sobrevivência da filha. As autoridades locais, citadas pelo “The Guardian”, manifestaram-se felizes por “em 30 anos de patrulha aérea civil” terem finalmente resgatado alguém.
outros casos Apesar de incrível, a história de Autumn não é única. No mês passado, uma mãe e a sua bebé sobreviveram à queda de um avião na selva colombiana. Depois de o aparelho se ter despenhado, a mãe de 18 anos e o seu filho de apenas um ano refugiaram-se junto a um rio durante dias, até serem encontrados pelas autoridades. Os dois conseguiram sair dos destroços antes de estes se terem incendiado.
Em Janeiro deste ano, uma menina de sete anos foi a única sobrevivente de um acidente com uma aeronave (no Kentucky) que vitimou os seus pais, a irmã e uma prima. Segundo a CNN, a criança – cujo nome não foi revelado – percorreu cerca de um quilómetro até encontrar a casa de Larry Wikins, que a socorreu. A criança contou que tinha tido um acidente e que os seus pais estavam mortos. Vestida com roupas para o tempo quente da Florida, para onde seguia de férias, depois do acidente a criança conseguiu escapar dos destroços do aparelho, tendo depois caminhado descalça, em terreno acidentado e com temperaturas muito baixas.
Se recuarmos ainda mais no tempo, encontramos algumas das histórias que mais desafiaram a sobrevivência humana e levaram até um limite que se julgava até então impossível. Seja no mar, como foi o caso de Louis Zamperini, seja nas montanhas, como aconteceu com Aron Raliston, ou na selva, como nos relata o filme “Into the Wild”, quando se trata de sobreviver os impossíveis deixam de o ser.