Mais de metade do comité central do Syriza contra pacote de austeridade

Mais de metade do comité central do Syriza contra pacote de austeridade


Já os gregos, diz uma sondagem recente, acham que os seis pontos exigidos pelos credores devem ser aprovados. E  querem que Tsipras continue como primeiro-ministro.


A vida não está fácil para Alexis Tsipras. De Atenas chegam notícias de que mais de metade dos membros do comité central do Syriza está contra as seis medidas de austeridade prioritárias acordadas com os líderes europeus na cimeira de domingo. Contra estão 108 membros em 201, segundo avança o "Guardian", acrescentando que entre os que estão contra, apenas 15 são deputados.

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O dia em que o primeiro-ministro grego leva ao Parlamento o novo pacote de austeridade exigido pelos credores para iniciar as negociações do terceiro resgate começou com a demissão da vice-ministra das Finanças, Nadia Valavani, que considera que "a solução imposta não é sustentável para os gregos nem para o país", escreveu a responsável numa carta enviada a Tsipras. Seguiu-se o secretário de Estado das Finanças, num dia que promete ser longo e com mais baixas.

No Parlamento, o ex-governante Yanis Varoufakis clama que "as negociações falharam" e que o que os gregos têm diante de si é "um novo Tratado de Versalhes". Diz o ex-ministro das Finanças que "tudo depende da reestruturação da dívida e infelizmente isso só vai acontecer depois do falhanço de um novo programa".

Em resposta às críticas, o primeiro-ministro desafiou aqueles que tiverem uma solução alternativa a apresentarem-na.

Gregos querem austeridade. Com Tsipras

Já os gregos pensam de forma diferente e estão com Tsipras. Sondagens do Kapa Research para o To Vima divulgadas esta terça-feira indicavam que a maioria dos gregos (70%) quer que o novo pacote de austeridade seja aprovado no Parlamento. E que dois em cada três gregos acham que Alexis Tsipras deve continuar como primeiro-ministro.

Sobre a responsabilidade pelas medidas que esta quarta-feira são levadas a votação, 48,7% culpa os líderes europeus, enquanto 44,4% atribui responsabilidade ao governo de Alexis Tsipras.