O risco da Grécia no euro


Haverá também o risco político, que é o possível desmembramento da União Europeia.


© Pantelis Saitas/EPA

É com frequência que se mencionam os riscos da saída da Grécia da zona euro. Já quanto ao que pode suceder caso a Europa aceite as exigências de Atenas e a Grécia se mantenha na moeda única, é raro ouvir-se o quer que seja.

Ora, os riscos de a Grécia impor as suas reivindicações e se manter no euro são enormes: em primeiro lugar, e numa perspectiva meramente económica, a cedência da Europa às pretensões gregas, com perdão da dívida, seja total ou até mesmo parcial, e financiamento da economia sem controlo das contas públicas, implica uma forte desvalorização do euro. Melhor: resulta no fim do euro tal como o conhecemos.

A serem seguidas as reivindicações gregas, a moeda única deixará de ser um instrumento de estabilidade cambial, financeira e de preços para se transformar num meio, nas mãos dos políticos, de financiarem políticas públicas despesistas e que vão ao encontro dos interesses económicos que sobrevivem porque associados ao Estado. 

Mas haverá também o risco político, que é o possível desmembramento da União Europeia. A cedência à Grécia levará a que outros países, entre os quais Portugal, Espanha, Itália e França, exijam regras orçamentalmente menos difíceis, mesmo que à custa da moeda única; mas também que os países do Báltico, que se sacrificaram para aderir ao euro, e até a Alemanha e outros, considerem que já não vale a pena fazer parte de um projecto, de uma Europa, com uma moeda feita à imagem da Grécia.

Advogado.
Escreve à quinta-feira 

O risco da Grécia no euro


Haverá também o risco político, que é o possível desmembramento da União Europeia.


© Pantelis Saitas/EPA

É com frequência que se mencionam os riscos da saída da Grécia da zona euro. Já quanto ao que pode suceder caso a Europa aceite as exigências de Atenas e a Grécia se mantenha na moeda única, é raro ouvir-se o quer que seja.

Ora, os riscos de a Grécia impor as suas reivindicações e se manter no euro são enormes: em primeiro lugar, e numa perspectiva meramente económica, a cedência da Europa às pretensões gregas, com perdão da dívida, seja total ou até mesmo parcial, e financiamento da economia sem controlo das contas públicas, implica uma forte desvalorização do euro. Melhor: resulta no fim do euro tal como o conhecemos.

A serem seguidas as reivindicações gregas, a moeda única deixará de ser um instrumento de estabilidade cambial, financeira e de preços para se transformar num meio, nas mãos dos políticos, de financiarem políticas públicas despesistas e que vão ao encontro dos interesses económicos que sobrevivem porque associados ao Estado. 

Mas haverá também o risco político, que é o possível desmembramento da União Europeia. A cedência à Grécia levará a que outros países, entre os quais Portugal, Espanha, Itália e França, exijam regras orçamentalmente menos difíceis, mesmo que à custa da moeda única; mas também que os países do Báltico, que se sacrificaram para aderir ao euro, e até a Alemanha e outros, considerem que já não vale a pena fazer parte de um projecto, de uma Europa, com uma moeda feita à imagem da Grécia.

Advogado.
Escreve à quinta-feira