O primeiro-ministro abriu o último debate do Estado da Nação desta legislatura com o expectável balanço da acção do governo nos últimos quatros anos, mas aproveitou a crise europeia para ensaiar um argumento de campanha dizendo que “na Europa e no mundo enfrentamos inúmeras incógnitas e incertezas.O pior que se pode fazer é somar a elas a nossa própria desorientação”.
Pedro Passos Coelho garantiu mesmo: “Nunca faremos dos portugueses cobaias de experiências políticas nem instrumentos para obter este ou aquele pergaminho.”
Frases contestadas pela oposição e aplaudidas pelas bancadas da maioria, sobretudo quando o chefe do executivo atirou à governação socialista: “É bom não esquecer que foi essa combinação de disciplina nas contas e crescimento económico que agora permite, à beira de eleições, que alguns prometam realizar essas reposições a um ritmo ligeiramente mais rápido do que o que consta do Programa de Estabilidade apresentado pelo governo em Abril de 2015”.
Logo de seguida, Passos disse que este “não é o momento para complacências” e que “os portugueses conhecem bem as consequências da irresponsabilidade, da ligeireza política e da distração face aos problemas muito concretos que ainda temos pela frente”.