As palavras de Christian Noyer, membro do conselho de Governadores do BCE esta manhã foram duras e devem ser tidas em atenção: “Tem que haver acordo, no máximo, até ao próximo Domingo [dia 12 de Julho]. Depois disso, será demasiado tarde e as consequências serão graves”.
O responsável sinalizava o fim do financiamento aos bancos gregos, que estão encerrados há praticamente duas semanas. “A economia grega está à beira da catástrofe”, realçou o responsável. “Temo que se não houver acordo no Domingo a economia grega colapse e seja o caos”.
Apesar de parecer somente mais um aviso por parte das autoridades europeias – e os avisos têm sido repetidos e dramaticamente reforçados ao longo destes meses – o de Noyer tem riscos acrescidos. O Banco Central Europeu já injectou 89 mil milhões de euros nos bancos nos últimos meses, mas as regras não permitem que o faça a instituições insolventes. “Temos regras e interpretámos essas regras até ao seu limite, de forma a manter uma linha de financiamento aos bancos gregos, mas não podemos continuar, indefinidamente, a aumentar os riscos que estamos a correr”, avisou o também governador do banco central francês.
Esta semana, mais uma “decisiva” para um futuro da Grécia, está a ser marcada por uma quantidade de encontros e de cimeiras europeias. Esta manhã Alexis Tsipras discursou perante o Parlamento Europeu e para esta quarta-feira está ainda marcado novo Eurogrupo via conference call para falar da situação grega. O governo do Syriza tem até às 8h30 de sexta-feira, dia 10 de Julho, para apresentar um plano credível e sobre o qual os parceiros europeus possam trabalhar.
Sábado é dia de novo Eurogrupo e Domingo pode ser, efectivamente, o dia D. Se não for possível encontrar base negocial para um eventual acordo com a Grécia, os 28 chefes de Estado e Governo da região são chamados a Bruxelas e Juncker já afirmou que o cenário de saída da Grécia do euro está estudado e pronto a ser aplicado em “caso de necessidade”.
