A empresa grega de sondagens “Public Issue” divulgou esta segunda-feira um retrato demográfico sobre os diferentes pesos que o “OXI” obteve no referendo grego, dividindo os eleitores em várias categorias.
Se ainda na noite de contagem dos votos se percebeu que em termos regionais o “Não” era totalmente dominante, com os dados da “Public Issue” vê-se que este domínio foi bem mais alargado. Contudo, é curioso verificar que entre as poucas categorias em que o “Sim” ganhou, estão os pensionistas, de sistemas públicos ou privados. Menos curioso é como votou a direita: quase toda no “Sim”. Comecemos por aqui.
Orientação política. Ao dividir os eleitores por orientação política, a “Public Issue” concluiu que entre os gregos que se identificam com a esquerda, 91% votou “Não” no domingo. Também entre aqueles que se colocam no centro-esquerda o “OXI” conseguiu 73,6% das preferências.
Já entre os eleitores que não se identificam nem com esquerda, centro ou direita, o “Não” chegou aos 71%. Ao centro, o caso muda de figura, com o “Não” a ter apenas 43,9%, valores que entram em queda quanto mais para a direita formos.
Eis os votos conseguidos pelo “Não” quando se divide o eleitorado por orientação política:
Esquerda | 91% |
Centro-esquerda | 73,6% |
Centro | 43,9% |
Centro-Direita | 17,2% |
Direita | 31,9% |
Nenhuma | 70,1% |
Idade. Tal como as sondagens já indiciavam, mesmo apesar de terem falhado na projecção da proximidade dos resultados, foi entre os jovens – onde o desemprego pesa mais – que o “OXI” acabou por ser mais procurado.
Entre os eleitores com 18-24 anos, o “Não” recolheu 85% das preferências, valor que vai caindo gradualmente nas idades seguintes. Apesar destas quedas, certo é que só nos eleitores com mais de 65 anos é que o “Não” perdeu, com 44,9% dos votos.
Eis a escolha do "OXI" de acordo com a idade dos eleitores:
18-24 | 85% |
25-34 | 72,3% |
35-44 | 67,4% |
45-54 | 69,2% |
55-64 | 59,4% |
+65 | 44,9% |
Situação laboral. Em termos de situação face ao emprego, curiosamente não há grandes diferenças do peso do “OXI”, isto além do peso deste entre os estudantes (85,2%).
Se 72,9% dos desempregados gregos que votaram optaram pelo “Não”, este sentido de voto manteve-se a nível semelhante entre os trabalhadores do sector privado e do sector público, puxando 71,3% e 70,9% das preferências, respectivamente.
Já entre os pensionistas gregos, um dos grupos que mais tem sido visado pelas sucessivas rondas de austeridade impostas à Grécia, o “OXI” perdeu: apenas 44,9% dos pensionistas votou contra a proposta dos credores, valor que é idêntico tratem-se de pensionistas do sector público ou do sector privado.
Os votos no "Não" por situação face ao mercado laboral:
Sector privado | 71,3% |
Sector público | 70,9% |
Desempregados | 72,9% |
Pensionistas | 48% |
Donas de casa | 85,2% |
Estudantes | 62,7% |
Em baixo, os restantes dados sobre os votos no “OXI” divulgados pela “Public Issue”:
Por sexo:
Homens | 60,2% |
Mulheres | 62,3% |
Por situação financeira:
Grandes dificuldades | 63,1% |
Algumas dificuldades | 63,3% |
Chega para viver | 58,4% |
Confortável | 52,3% |
Por nível de educação:
Primária | 61,7% |
Secundário | 65,7% |
Superior | 55,7% |
Veja também a infografia na edição impressa desta terça-feira.