Bruno Nogueira interpreta música popular portuguesa em “Deixem o pimba em paz”

Bruno Nogueira interpreta música popular portuguesa em “Deixem o pimba em paz”


O arranjo musical vai ser feito com a cantora Manuela Azevedo, juntamente com a Orquestra Metropolitana de Lisboa.


O humorista Bruno Nogueira e a cantora Manuela Azevedo actuam a partir de sexta-feira, em Lisboa, reinterpretando o repertório da música popular e ligeira portuguesa agora com arranjos para a Orquestra Metropolitana de Lisboa.

"Deixem o pimba em paz" é uma ideia de Bruno Nogueira que, acompanhado de Manuela Azevedo, Filipe Melo, Nuno Rafael e Nelson Cascais, transformou canções da música portuguesa apelidada de "pimba", descontextualizando-as desse rótulo.

Dois anos depois de vários concertos pelo país e de um álbum gravado ao vivo, o quinteto regressa ao Teatro Municipal São Luiz – onde tudo começou – com o mesmo espectáculo, mas com novos arranjos, de Filipe Melo e Mário Laginha, para a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direcção do maestro Cesário Costa.

"Acho que há pessoas que, quando se sentam nas cadeiras não sabem bem ao que vêm. Rapidamente se percebe, pela onda do grupo, que isto vem de um sítio bom, de fazer coisas bonitas com músicas que já são emblemáticas", disse Bruno Nogueira à agência Lusa.

O repertório da música popular ligeira é fértil e de sucesso, protagonizado por artistas como Quim Barreiros, Ágata, José Malhoa, Marco Paulo, Nel Monteiro, Marante ou Emanuel, cujo tema "Pimba, Pimba" acabou por baptizar, há vinte anos, este género musical.

Curiosamente, este tema de Emanuel não entra no alinhamento do espectáculo, porque "não cumpria os requisitos", disse Bruno Nogueira.

"Deixem o pimba em paz" já recriou, deixando quase irreconhecíveis, canções como "24 rosas", "Comunhão de bens", "Porque não tem talo o rabo", "Azar na praia" e "Garagem da vizinha".

Nos ensaios, é notória a descontracção dos músicos da orquestra perante estas canções. Num encontro com jornalistas, o maestro Cesário Costa explicou que o trabalho "é idêntico, como se estivessem a ensaiar uma sinfonia”. “Do ponto de vista objectivo o processo é o mesmo".

O mais interessante, afirma o maestro, é uma orquestra "procurar outras pontes com outros estilos" e chegar a públicos diferentes.

Bruno Nogueira rejeita a ideia de que o espectáculo ridiculariza a música pimba ou os seus intérpretes originais. Chama-lhe "laboratório" que aproveita o potencial de um género musical que toda a gente conhece, independentemente da idade ou da condição social.

"É olhar para as canções de uma forma completamente limpa, partir do zero sem pensar nos arranjos originais delas, no que as pessoas vão pensar. Essa liberdade, esse atrevimento que o Bruno propôs a todos, achei que era um desafio maravilhoso", afirmou à Lusa Manuela Azevedo, vocalista dos Clã.

Os próprios intérpretes das canções, como Ágata, Quim Barreiros e Nel Monteiro, conhecem o projecto e gostam do que foi feito, disse Bruno Nogueira.

"Deixem o pimba em paz" estará no Teatro Municipal São Luiz até ao dia 12, com a Orquestra Metropolitana de Lisboa. Depois disso, o espectáculo volta ao formato quinteto em digressão pelo país.

Lusa