Portugal perdeu a final do Europeu sub-21 nos penáltis. Praga foi o palco do regresso da selecção aos jogos decisivos, 21 anos depois. Em 1994, a equipa das quinas foi derrotada pela Itália com um golo de ouro. Agora foi a Suécia a evitar o primeiro título europeu sub-21, que seria também o troféu mais importante no futebol de formação desde os dois mundiais conquistados sob o comando de Carlos Queiroz (1989 e 1991). Uma grande infelicidade para o conjunto de Rui Horge; esta é, possivelmente, a melhor geração de jogadores em Portugal desde a que ficou conhecida como “geração de ouro”.
A falta de eficácia voltou a ser a principal explicação para o insucesso na final. Portugal foi superior à Suécia, mas não o traduziu em golos. Nos penáltis, José Sá não conseguiu vestir a capa de herói que foi trazendo em todos os jogos deste campeonato. Esgaio e William falharam os penáltis, do lado sueco só Khalili não marcou. Os escandinavos conquistam o primeiro título no futebol de formação.
Não vale a pena falar de azar. Mas é uma pena, pelo trajecto brilhante da equipa das quinas, que começou a 5 de Setembro de 2013 na fase de qualificação. Os sub-21 nacionais chegariam à Rep. Checa com 10 vitórias consecutivas.
a barra… Portugal aparecia naturalmente como favorito, ainda mais depois de ter goleado a Alemanha por 5-0 nas meias-finais. As duas selecções que estavam na final eram as que tinham encabeçado o Grupo B; conheciam-se, por isso, bem. Oempate 1-1 no primeiro confronto neste Europeu já tinha servido para Portugal perceber que os escandinavos não desistem – nem do jogo, nem sequer de um qualquer lance, por inofensivo que seja.
Ilori recuperou da lesão, permitindo a Rui Jorge recuperar a dupla de centrais habitualmente titular. De resto, não havia motivo para mexer no onze. Portugal entrou a todo o gás e em poucos minutos podia ter marcado.Ricardo, aos dois minutos, acertou na malha lateral. SérgioOliveira, de livre directo, fez estremecer a baliza sueca (bola na barra aos 7’).
Certamente que os suecos já esperavam um domínio avassalador nos primeiros instantes do jogo. A equipa não perdeu a calma e concentrou-se em ir anulando os ataques um a um. Depois do primeiro quarto de hora, Portugal mantinha maior posse de bola mas as ocasiões de golo tinham desaparecido. A concentração escandinava cortava de raiz as tentativas portuguesas: Cavaleiro foi apanhado cinco vezes em fora-de-jogo na primeira parte (a equipa teve seis, no total, durante este período).
Portugal demonstrava que não tinha receio de encarar o jogo para ganhar. Mesmo que significasse expor-se ao contra-ataque adversário. José Sá não tinha quase trabalho, com o sector defensivo a demonstrar a solidez habitual(Portugal chegou à final apenas com um golo sofrido).
o declínio Aos 52’,Guidetti deu o mote para uma Suécia mais disposta a assumir o risco. Mas a selecção nacional continuava a ser mais perigosa. Rui Jorge apostou em Tozé e, depois, nos habituais trunfos do banco (Iuri e GonçaloPaciência).
Bernardo Silva aparecia cada vez mais pelo centro, enquanto Iuri e Tozé davam mais velocidade ao jogo da equipa. Portugal atravessava um dos melhores momentos no encontro. Só que, mais uma vez, não conseguiu marcar. ASuécia aproveitou o cansaço do adversário e foi subindo no terreno. Os últimos 10 minutos pertenceram aos nórdicos e Portugal teve de agradecer mais uma vez a José Sá: uma intervenção incrível evitou o golo aos 87’.
A final do Europeu teria de ser resolvida no prolongamento. Ocansaço era mais visível na selecção portuguesa, que por esta altura tinha de se contentar em defender as investidas contrárias. Só na segunda parte do tempo extra os comandados de Rui Jorge voltaram a equilibrar a partida. Mas o golo não haveria de aparecer em 120 minutos. Só os penáltis decidiriam o campeão europeu de sub-21. Ironia das ironias, foi Lindelof, o único jogador do Benfica em campo, a marcar o penálti decisivo.