Portugal pode até ter uma almofada mas não deixa de ser o próximo da lista

Portugal pode até ter uma almofada mas não deixa de ser o próximo da lista


“Financial Times” lembra que “Portugal é, a seguir à Grécia, o elo mais fraco”.


Os cofres estão cheios, disse-o Maria Luís Albuquerque, e recordou-o Passos Coelho há dias quando falava sobre a Grécia (o país “não será apanhado desprevenido”). Mas isso pode não servir de muito a Portugal no caso da Grécia sair do euro, escreve o “Financial Times”, num texto que se pode resumir a uma frase: “Portugal é, a seguir à Grécia, o elo mais fraco da zona euro.”

Quem o diz é o consultor de risco da Eurasia Group Antonio Roldán, citado no artigo publicado esta terça-feira. No mesmo sentido, Lyn Graham-Taylor, do Rabobank, afirma que “o crédito a Portgual é visto como o mais arriscado da Europa depois da Grécia”. Isto devido à “grande dívida pública em percentagem do PIB” e de ter sido sujeito a um resgate sem ter “o poder económico de outros países devedores como a Itália”.

No mesmo artigo, o “Financial Times” recupera as declarações de Teixeira dos Santos à rádio Renascença em que o ministro das Finanças de Sócrates diz, ao contrário do que defendeu Passos Coelho (que numa entrevista à Reuters garantiu que “a almofada de liquidez que foi construída pelo Tesouro português, coloca [o país] numa situação em que não há risco para qualquer pagamento até meados de 2016”), que a almofada de 17,3 de que o governo se vangloria terá, é certo, um “efeito importante a curto prazo”, mas apenas isso. 

“Tenho dúvidas que tenhamos capacidade para resistir a um braço-de-ferro mais prolongado com os mercados, se esse cenário se vier a desenhar”, disse Teixeira dos Santos, que aproveitou para lembrar que este é um filme a que já assistiu.