GP Áustria. Nico de obra, um filme em Spielberg

GP Áustria. Nico de obra, um filme em Spielberg


Rosberg ultrapassa Hamilton na primeira curva rumo à vitória na corrida.


Spielberg, ora aí está um nome famoso. O realizador com mais filmes na lista das 100 melhores da história, como“ET”, “Parque Jurássico”, “Indiana Jones”, “Tubarão”, “Lincoln”, “Lista de Schindler”, “O Regaste do Soldado Ryan”, “A Guerra dos Mundos” e “Agarra-me Se Puderes”.

Spielberg é também o nome de uma vila minúscula na Áustria, com tão-só 5 mil habitantes. Ou mais.Sim, este fim--de-semana, Spielberg assiste a um boom demográfico como o de Évora nos primeiros dias da prisão de Sócrates. Dá um filme, o “Agarra-me Se Puderes”.

Spielberg é o cenário do GP Áustria, a nona prova do ano, a terceira na Europa. Nas outras duas há um denominador comum: Nico Rosberg. Terá o alemão capacidade para um hat-trick? Sim, e a primeira curva demonstra-o categoricamente. Lewis Hamilton faz a pole position mas é ultrapassado por Nico e é um ver se te avias. Rosberg faz tudo bem e até crava a melhor volta. Então e Hamilton? Isso não interessa nada. Por ora. Porque a corrida abranda o ritmo ainda na primeira volta, culpa de um acidente entre dois campeões.

Kimi abalroa Fernando e o mundo fica virado do avesso. Diz o espanhol: “Só vi o céu, nada mais. O meu desejo era sair rapidamente do carro para me certificar do meu estado.” O choque é violento. Kimi perde o controlo e atira-se contra o espanhol. Uau, sanduíche de carros: o Ferrari em cima do McLaren. Bola extra: é o quinto abandono de Alonso em 2015.
Os dois pilotos, campeões da decência, saem dos monolugares, cumprimentam–se e caminham para as boxes.Entra o safety car e seguem-se seis voltas bem lentas para a retirada dos carros. O McLaren de Alonso sai da pista sem problema, o Ferrari de Räikkönen precisa da ajuda de um guindaste. Quando o safety car sai de cena, os motores voltam a ecoar emSpielberg. E de que maneira. Para todos? Não, Button (outro campeão do mundo) faz companhia a Alonso e Räikkönen.

RECORDE Mais veloz que todos os outros, Rosberg desbrava caminho e acelera para a vitória. À 10.a volta já tem dois segundos de avanço sobre Hamilton. À 12.a sobe para dois segundos e meio. Como se fosse pouco, o inglês pisa a linha branca na saída das boxes e é penalizado com cinco segundos. Nessa altura o homem já igualara um recorde de 45 anos, na posse de Jackie Stewart: o de liderar um GP por uma volta, pelo menos. A acção acontece no momento em que Nico vai trocar de pneus.

Se não há dúvida entre o primeiro e o segundo classificados, tal a categoria de Rosberg, já o último lugar do pódio é discutido com fervor. Atenção, é um Brasil-Alemanha. Ui, acabará como o último? Aquele da meia-final do Mundial 2014, em Belo Horizonte? O do 7-1? Não, não, aqui o Brasil respira de alívio. Massa defende-se como pode dos sucessivos ataques de Vettel e sela o terceiro lugar. Ora bem, o brasileiro é o 20.o piloto a acumular 40 pódios na F1 – logo ele que não o sobe desde o último GP de 2014, no Abu Dhabi.

E Hülkenberg? O alemão, fantástico vencedor das 24 Horas de Le Mans de há uma semana, corta a meta em sexto e é o último a não levar uma volta de avanço de Rosberg, o vencedor incontestável em Spielberg e autor da 11.a vitória, como Jacques Villeneuve, Felipe Massa e Rubens Barrichello.