Há progressos nas políticas internacionais, mas aquecimento global não abranda

Há progressos nas políticas internacionais, mas aquecimento global não abranda


De acordo com o Conselho, “pretende-se que o aumento que se tem verificado não ultrapasse 2ºC em relação à temperatura média global da atmosfera à superfície registada no período pré-industrial”.


O Conselho Nacional do Ambiente "considera preocupante" que o "progresso das políticas internacionais" sobre o clima não tenha abrandado o aquecimento global, apesar dos "avanços científicos e tecnológicos" existentes para o fazer.

Numa comunicação divulgada esta quinta-feira, e aprovada a 29 de Maio na sua terceira reunião ordinária, o Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS) recomenda que os Estados-Membros da União Europeia, bem como outros países mais industrializados, "contribuam efetivamente para apoiar a adaptação e a mitigação" do aquecimento global "nos países mais vulneráveis às alterações climáticas", como Portugal, um dos países europeus mais afetados, segundo o CNADS, devido à sua localização geográfica.

O CNADS abordou, na reunião de Maio, as alterações climáticas e a 21.ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que se realiza de 30 de Novembro a 11 de Dezembro, em Paris, França.

Na comunicação, o CNADS entende que a conferência é "uma oportunidade importante para estabelecer um acordo justo, ambicioso e legalmente vinculativo a nível mundial destinado a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa".

Na nota, o CNADS "considera preocupante que o progresso das políticas internacionais sobre o clima não tenha conseguido dar resposta global e equitativa à urgência do problema, apesar dos avanços científicos e tecnológicos que têm sido adotados para mitigar as alterações climáticas".

Nesse sentido, pede que Portugal e os restantes países da União Europeia "mantenham uma posição firme nas negociações da COP 21, no sentido de se chegar a um acordo de mitigação que permita controlar as alterações climáticas, conduzindo a que o aumento da temperatura média global da atmosfera se situe abaixo de 2ºC".

O Conselho alerta para o agravamento do impacto das alterações climáticas no ambiente, na saúde e na economia, neste século e para lá de 2100, "se não forem adotadas medidas efetivas de redução das emissões" de gases com efeito de estufa "e de mitigação dos efeitos das alterações climáticas", lembrando que em Portugal já são evidentes os impactos do aquecimento global: redução da queda de chuva, ondas de calor e precipitação elevada em intervalos de tempo curtos, aumento da temperatura e erosão costeira.

O CNADS adverte ainda que, globalmente, "é muito provável" que o nível do mar "suba mais de 50 centímetros até ao fim do século XXI" e, "em alguns cenários, a subida poderá ser superior a um metro".

Lusa