A ERSE emitiu hoje parecer sobre os investimentos nas redes de gás natural apresentados pela EDP Gás Distribuição, Tagusgás, Sonorgás e Galpenergia até 2019, recomendando a revisão das propostas, não só no sentido de melhorarem e aprofundarem a informação, fundamentando melhor os investimentos, como também a apresentarem os valores unitários de investimento sempre que estes ultrapassem os valores de referência.
Os quatro operadores propõem-se fazer um total de investimento de 267,4 milhões de euros entre 2015 e 2019, verificando-se um aumento do nível de investimento, em especial por parte da EDP e da Sonorgás em 2015 e 2016. Já as distribuidoras do grupo Galp mantêm a trajectória decrescente que se verifica desde 2010.
No parecer, a ERSE considera “positiva” a contenção do grupo Galpenergia, ao decidir manter a mesma política de investimentos que tem caracterizado a sua actuação nos últimos anos.
Ao nível dos impactos tarifários, a entidade reguladora do sector energético defende que os mesmos dependem da evolução da procura de gás natural.
Se se confirmarem as estimativas apresentadas pela globalidade das empresas, que apontam para um aumento do consumo de gás global médio anual de 1,5% para o período entre 2015 e 2019, o impacto tarifário traduzir-se-á numa diminuição da tarifa de uso de rede de -5,3% em 2019. Mas se se mantiver o nível actual de consumo, que está estagnado, o impacto na mesma tarifa seria de 1,7% em 2019.
Entre 2010 e 2013, o nível de investimento nas redes de distribuição de gás natural já tinha caído cerca de 46% enquanto o nível da procura estagnou. As propostas agora apresentadas apontam para um nível ainda mais baixo, 267 milhões de euros versos os 396 milhões investidos entre 2010 e 2014.