"Estamos em fase finalíssima e contamos ter o documento pronto durante a tarde. Esperamos, como tem sido tradição nesta comissão, a reserva total sobre o projecto de relatório até porque se trata de uma versão preliminar, ainda há testemunhos por ouvir e irá haver ainda espaço para incorporações e sugestões", afirmou o deputado social-democrata Miguel Santos.
O deputado encarregado da redacção do relatório é o também social-democrata Pedro do Ó Ramos. Miguel Santos sugeriu que os restantes grupos parlamentares e os representantes das vítimas analisassem o texto e enviassem eventuais emendas até segunda-feira, com vista ao debate e ratificação da versão final do relatório de inquérito parlamentar na próxima terça-feira, pela tarde.
A próxima reunião desta comissão está marcada para terça-feira, às 12:00, mas destina-se à audição do antigo inspector da Polícia Judiciária Paulo Bernardino.
Hoje, os trabalhos foram dominados pelo depoimento do diretor de informação da RTP à altura dos acontecimentos, Duarte Figueiredo, que recusou liminarmente terem existido quaisquer ordens ou intenções de manipular politicamente a cobertura televisiva dos factos ocorridos.
Este inquérito voltou a debruçar-se sobre a noite de 4 de Dezembro de 1980, em plena campanha presidencial, na qual a Aliança Democrática (PPD/PSD, CDS e PPM) apoiava Soares Carneiro, derrotado posteriormente por Ramalho Eanes.
Há 35 anos, o então primeiro-ministro e o seu ministro da Defesa, respectivamente Sá Carneiro (PPD) e Amaro da Costa (CDS), morreram, tal como a tripulação e restante comitiva, a bordo de um Cessna 421 A, que se despenhou pouco depois de levantar voo de Lisboa, rumo ao Porto, para um comício