Pensões em risco? Comece a amealhar para ter uma reforma mais tranquila

Pensões em risco? Comece a amealhar para ter uma reforma mais tranquila


A ideia da perda de rendimentos no momento em que os trabalhadores se reformam não é nova.


Numa altura em que a sustentabilidade da Segurança Social voltou a ser posta em causa – depois de a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, ter admitido que o processo de garantia da sustentabilidade da Segurança Social pode passar por reduções nas actuais pensões, se tal significar uma melhor redistribuição do esforço – e dos novos cenários da Comissão Europeia que apontam para uma nova quebra das pensões em 2060, altura em que os pensionistas deverão receber apenas 30,6% do valor do último salário, o melhor que tem a fazer para compensar a perda de rendimento daqui a alguns anos é começar já a poupar.

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A verdade é que este risco não é novo. Há muito tempo que os mais variados especialistas vêm a alertar para este problema. As regras de acesso têm apertado nos últimos anos, com formas de cálculo mais penalizadoras e com o peso da fiscalidade a crescer. A fórmula tem-se mantido: aumenta a idade da reforma, a pensão cai e a desconfiança dos portugueses soma e segue. Por isso mesmo, o melhor é criar soluções alternativas para que possa viver de forma mais desafogada. A oferta é variada e só tem de escolher a que melhor se adequa ao seu caso.

Para atingir melhor essa meta deverá definir objectivos, estipular prazos e valores de poupança, de forma a rentabilizar esse valor. No entanto, se quiser rendimentos mais elevados na velhice, tem de poupar mais. Idealmente, e para ser significativa, a poupança deve ser na ordem dos 5 a 10% do salário mensal, ao longo de toda a vida. Mas há especialistas a aconselharem os consumidores a reservarem entre 10% e 15% do seu salário mensal. Por isso mesmo, a disciplina é uma das regras de ouro que deve seguir para garantir uma reforma mais descansada.

Além disso, deve investir em produtos que garantam uma rentabilização do capital acima da inflação – subida generalizada dos preços que afecta o poder de compra do dinheiro –, uma situação que nem sempre é acautelada actualmente. Por exemplo, mil euros hoje podem valer menos no futuro, e a razão está na inflação.

Mas isso por si só não chega. O ideal é apostar em produtos que garantam rendibilidades elevadas e, na maior parte dos casos, essa aposta acaba por recair em produtos sem garantia de capital. A verdade é que os retornos variam, mas esse risco também permite gerar um rendimento mais elevado.

Fixar um montante fixo do salário para poupar e programar transferências pode ajudar a manter o rigor da poupança. E neste caso, e para facilitar nesta tarefa, o ideal é que a poupança seja realizada no momento em que recebe o seu salário.

E é claro que quanto mais cedo começar essa tarefa, melhor. Isto porque quanto mais tempo tiver até à sua reforma, mais possibilidades terá de ver o seu dinheiro crescer, por via da capitalização dos seus investimentos. Mas vamos a contas: se tiver 50 anos e poupar 75 euros mensais para um pé-de-meia com vista à reforma e se aplicar este montante num produto que lhe renda em média 4% ao ano, chegará à idade da reforma com uma poupança de 18,3 mil euros. No entanto, se começar a poupar 15 anos mais cedo, o seu pé-de-meia atingirá os 51 mil euros.