Dark Matter. Eles não sabem quem são nem onde estão

Dark Matter. Eles não sabem quem são nem onde estão


As desventuras de seis perdidos pelo espaço chegam ao canal SyFy na segunda-feira. Dos autores de “Stargate”.


Ora cá está, outra vez uma das regras fundamentais para prender gente à televisão, para nos fazer esperar mais uma semana pelo episódio seguinte: não sabemos o que ali se passa, mas o curioso é que as personagens também não fazem ideia. Estamos todos no mesmo barco (aqui é nave) e isso costuma correr bem. “Dark Matter” é a nova série do canal SyFy. Estreou ontem nos EUA, chega às nossas televisões na segunda-feira.

Regresso ao passado, 1979, quando estreou “Alien”, o primeiro dos filmes com Sigourney Weaver no papel de Ripley, pérola da ficção científica assinada por Ridley Scott. Pois bem, na viagem que a “Nostromo” (outra nave) fazia pelo espaço, os seus sete tripulantes estavam adormecidos numa espécie de hibernação para poderem aguentar viagens de longo curso através do espaço – como acontecia também em “2001: Odisseia no Espaço”. Pois bem, em “Dark Matter” acontece mais ou menos o mesmo, com um twist tramado que origina toda a história da série: os tripulantes acordam e não fazem ideia de quem são nem do que estão a fazer naquele veículo espacial. Eles vão ter de descobrir o que por ali se passa e o curioso é que nós também temos a mesma missão.

No primeiro episódio há uns quantos detalhes que vão ser revelados, mas tudo a conta-gotas. As primeiras surpresas vêm na forma de habilidades especiais. De repente, um dos tripulantes descobre que manejar espadas de samurai é com ele. Ao mesmo tempo, um outro seu colega de amnésia fora de órbita dá por si capaz de conduzir a própria da nave – senta-se no cockpit, pega nos comandos e segue o seu caminho. Eles admiram-se, nós também.

Quem? A incógnita sobre a realidade leva mesmo os nossos heróis a adoptarem números em vez de nomes. Vai tudo do 1 ao 6 e a ordem escolhida é a mesma pela qual a rapaziada acordou do respectivo sono cósmico. E dá muito jeito que cada um deles tenha queda para diferentes coisas. 

Como se esta questão do “quis saber quem sou e o que faço aqui” não fosse já um dilema difícil de resolver, os criadores de “Dark Matter” também acharam interessante minar a nave onde a malta se desloca com enigmas e tramóias. Ele há salas cheias de armas, daquelas que não existem em parte nenhuma, prontas para equipar um verdadeiro exército; e há também uma porta (há sempre uma porta) que não abre, não dá, a não ser que alguém saiba o código certo para teclar nuns quantos botões que ali estão mesmo ao lado. E cuidado, que depois de todos estes dilemas ainda vão aparecer planetas estranhos pelo caminho, com habitantes igualmente peculiares, mais as suas manias, medos e etceteras. 

Sobre os aspectos técnicos de “Dark Matter”, importa dizer que isto é tudo fruto da imaginação da dupla Joseph Mallozi e Paul Mullie, eles que também fizeram parte da equipa que assinou “Stargate” (atenção, o que não quer dizer que isto vá pelo mesmo caminho). Os mesmos dois já tinham trabalhado esta ideia. A verdade é que antes de se transformar em mais um produto da televisão por cabo, “Dark Matter” nasceu como banda desenhada. Só teve quatro números, publicados entre Janeiro e Abril de 2012, mas tiveram boas críticas. A série foi baptizada de “Rebirth” e ainda que tenha nascido enquanto comic, o facto é que Mallozi e Mullie desde sempre quiseram que a história fosse feita para televisão – a BD foi uma espécie de aquecimento.

A primeira temporada de “Dark Matter” é composta por 13 episódios. A segunda ainda não está por confirmar – é ver como correm as andanças desta meia dúzia de perdidos no espaço.

“Dark Matter” estreia na segunda-feira, dia 15, no canal SyFy, às 22h10